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Mangabeira: 'Não é momento de definições prematuras'

OESP, Vida, p. A20
22 de Mai de 2008

Mangabeira: 'Não é momento de definições prematuras'

João Domingos

O ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, considera prematura a proposta do novo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, de criar uma Guarda Nacional para vigiar a floresta amazônica. "Este não é o momento para definições prematuras", disse Mangabeira, após participar ontem, na Câmara, de um debate sobre o Plano Amazônia Sustentável (PAS), do qual é coordenador.

A primeira proposta de Minc, assim que foi chamado para o ministério, foi a de utilizar o Exército como guarda das florestas da Amazônia. Mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva rejeitou a idéia. E sugeriu a Minc que pensasse na criação de uma Guarda Nacional, semelhante à Força Nacional de Segurança - equipe de elite que atua somente em questões excepcionais. Mangabeira, no entanto, não se mostrou a favor nem dessa última iniciativa.

Para ele, não deve ser uma pessoa a decidir os planos para a Amazônia, mas um conjunto. "Não sou eu que vou definir o plano de desenvolvimento da Amazônia. Insisto, esta é uma obra coletiva. Minha tarefa é ajudar a coordenar um trabalho de equipe, numa lógica de co-autoria dentro do governo, dentro da Amazônia e dentro da Nação", disse o ministro. Ele afirmou que ainda não conversou com Minc, com o qual deverá trabalhar em parceria nas questões amazônicas.

Mangabeira também adiantou parte de seus planos para a região. Disse que a situação só será resolvida com imediata regularização fundiária, zoneamento econômico-ecológico e aplicação do desmatamento zero. Para ele, há duas Amazônias - a com floresta e a sem (constituída por área desmatada e bioma cerrado).

Para a Amazônia com floresta, Mangabeira defendeu a necessidade de providenciar tecnologia para o manejo sustentável de uma floresta tropical. Disse que será necessária a criação de serviços ambientais avançados e a manutenção, na região, de pessoal qualificado, além de um elenco de medidas legais que permita a aplicação rápida do processo de concessão de florestas para grandes empresas. Há um processo de licitação em curso para três áreas na Floresta Nacional do Jamari (RO). Para a sem floresta, ele prega o fim da pecuária extensiva - em grandes pastagens - e a adoção da pecuária de confinamento do gado. "Um dos maiores vilões do desmatamento é a pecuária extensiva", disse.

OESP, 22/05/2008, Vida, p. A20

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