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Manejo do pirarucu movimenta economia de Manoel Urbano

WWF Brasil - http://www.wwf.org.br/
Autor: Bruno Taitson
30 de Ago de 2011

Lasanha, moqueca, estrogonofe e sopas fazem parte de uma enorme lista de pratos que podem ter em comum um ingrediente: o pirarucu (Arapaima gigas), considerado o maior peixe de água doce do Brasil e um dos maiores do mundo. Durante a semana da Feira do Pirarucu, em Manoel Urbano (AC), as mulheres puderam participar de um curso gratuito que abordou o preparo de treze pratos feitos com base no pescado, também conhecido como "bacalhau da Amazônia".

Madalena Braga, que cozinha há mais de 30 anos, é a instrutora do curso desde sua primeira edição, em 2007. Entre as 37 alunas estão donas de casa, proprietárias de restaurantes, cozinheiras profissionais e feirantes que comercializam alimentos em barracas durante eventos e festividades. "O pirarucu virou uma marca da cidade de Manoel Urbano. Antes, as pessoas só sabiam preparar frito ou cozido, mas hoje elas já podem fazer pratos diferentes", gaba-se.

Para Madalena Braga, os benefícios do curso Culinária do Pirarucu são incontáveis. "A gente ajuda o meio ambiente, porque o peixe é pescado com a técnica do manejo. É bom também para a economia da cidade, já que os restaurantes e as barraquinhas podem oferecer um produto melhor e com mais variedade, o que agrada ao turista. Por fim, a autoestima das mulheres aumenta, pois elas podem se qualificar para o mercado de trabalho e também oferecer uma alimentação de boa qualidade para a família", resume.

A dona de casa Renata Frazão, natural do estado de Goiás, confirma a opinião da instrutora. Há um ano, por conta do emprego do marido, a família mudou-se para Manoel Urbano. O curso de culinária foi um importante fator para sua adaptação à nova localidade. "Agora já posso fazer alguns pratos daqui e cozinhar melhor para meu marido e minha filha de três anos. Até porque o pirarucu é um alimento saboroso e saudável", opina.

Entre os pratos aprendidos por Renata Frazão estão a moqueca de pirarucu, o pirarucu ao creme de milho e a lasanha de pirarucu. A dona de casa pretende, inclusive, compartilhar a receita com seus familiares no estado de Goiás. "Lá as pessoas não têm costume de cozinhar o pirarucu", afirma.

Arte e inclusão

O manejo do pirarucu também proporciona matéria-prima para o artesanato da região. Os visitantes da feira puderam apreciar peças como brincos, colares, chaveiros e cortinas produzidas a partir da escama do peixe. A iniciativa é coordenada pela Cooperativa de Artesãos, Agricultores Familiares e Economia Solidária de Manoel Urbano (Coopam), que congrega 32 associados em torno de projetos que buscam aumentar a renda de famílias locais que vivem dos recursos do Bolsa-Família.

A Secretaria Estadual de Pequenos Negócios proporciona a capacitação dos associados da Coopam por meio de cursos de empreendedorismo, corte e costura e artesanato, além de fornecer equipamentos necessários à produção e acompanhamento técnico. Para Ana da Silva, uma das diretoras da cooperativa, o cooperativismo tem se mostrado uma importante alternativa econômica para a população local.
"Há um grave problema de falta de emprego e de alternativas de renda para Manoel Urbano. A Coopam oferece oportunidades para pessoas que não tinham chances no mercado de trabalho", analisa.

Ela acrescenta que o uso das escamas do pirarucu para produzir artesanato representa o aproveitamento do potencial e da vocação de Manoel Urbano. "A Feira se tornou o evento mais típico daqui, os pescadores se preparam durante todo o ano para este momento. O pirarucu, hoje, significa oportunidades de renda não só para a pesca, mas também para a culinária e o artesanato", resume a diretora da cooperativa.

http://www.wwf.org.br/informacoes/noticias_meio_ambiente_e_natureza/?29…

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