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Mandante do assassinato de Dorothy é preso

O Globo, O País, p. 10
27 de Dez de 2008

Mandante do assassinato de Dorothy é preso
Regivaldo Galvão tentava tomar posse do lote 55 em Anapu, no Pará, município onde a missionária foi morta

O fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão, o Taradão, acusado de ser o mandante do assassinato da missionária Dorothy Stang, foi preso ontem pela Polícia Federal , em sua casa em Altamira, no Pará. A prisão preventiva, determinada pelo juiz federal Antonio Carlos de Almeida Campelo, foi pedida pelo Ministério Público Federal, após a descoberta de que ele estava novamente tentando tomar posse do lote 55, em Anapu, no Pará, município onde a missionária foi morta a tiros em 12 de fevereiro de 2005.
Segundo a Procuradoria da República do Pará, trata-se de uma área de três mil hectares, que foi grilada por ele no fim dos anos 1990 e pela qual um grave conflito fundiário se instalou, culminando com a morte da freira, em 2005.
Desta vez, as acusações são de grilagem e estelionato.

- Desde a absolvição, as autoridades que acompanham o caso já temiam o recomeço das pressões sobre os assentados. A atitude de Galvão, de voltar ao local do crime e mais uma vez se dizer proprietário das terras públicas exige a intervenção imediata do Judiciário - disse o procurador da República Alan Mansur Silva.

Ainda de acordo com a rocuradoria, o fazendeiro chegou a ficar preso durante mais de um ano, mas foi solto em 2006, graças a um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele aguardava o julgamento em liberdade.

- O compromisso do MPF com a população de Anapu é garantir que os grileiros nunca mais se aproximem das terras públicas, que são posse legítima dos trabalhadores rurais. É preciso máximo rigor com os conflitos fundiários, porque são a causa de tragédias como a morte da irmã Dorothy - disse o procurador da República Felício Pontes Júnior.
MP vai pedir abertura de processo criminal
Segundo a procuradoria, após a prisão do fazendeiro, o inquérito da PF que investiga a grilagem pode originar um processo criminal do Ministério Público contra Galvão. Ele pode ficar preso até o fim do processo. Além da acusação pela morte de Dorothy, o fazendeiro é processado por trabalho escravo, crimes ambientais e fraudes contra a Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).

O Globo, 27/12/2008, O País, p. 10

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