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Malária se alastra entre índios

Jornal do Brasil - Rio de Janeiro - RJ
14 de Mar de 2001

O número de índios guarani e caiuá com malária na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai se aproxima de 100. Levantamento da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) aponta que, em uma semana, os casos subiram de 80 para 99.
O surto se alastra pelos municípios de Tacuru (aldeias Jaguapiré e Sassoró), Paranhos (aldeia Paraguaçu) e Japorã, no povoado indígena de Porto Lindo. Cerca de 20 técnicos de vigilância e saúde estão na região, aplicando inseticidas, coletando amostras de água e sangue, cuidando dos pacientes e buscando novos casos.
A maioria dos indígenas com a doença é da aldeia Jaguapiré, com 91 infectados em uma comunidade de 486 pessoas - quase 20% do total de moradores. Segundo a chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Funasa, Marta de Paiva Hoffmann, os índios das demais comunidades contraíram malária a partir do contato com o mosquito anofelino, abundante na região. Até agora não foram registrados óbitos.
Apesar de na semana passada considerar prematuro afirmar que os primeiros índios contaminados contraíram malária no Paraguai, Marta Hoffmann, já suspeita que os guarani e caiuá podem ter contraído a moléstia no país vizinho.
Marta teve a informação de que alguns homens da aldeia Jaguapiré teriam atravessado a fronteira para trabalhar numa fazenda paraguaia. Por isso, podem ter se contaminado no país vizinho.
Os índios da região atingida pelo surto de malária são nômades. Como moram numa zona fronteiriça, eles emigram constantemente do Brasil para o Paraguai e, em seguida, retornam. Isso facilitaria a contaminação.

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