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Madeireiros peruanos roubam mogno do Acre

A Gazeta-Rio Branco-AC
Autor: Pitter Lucena
17 de Abr de 2002

Dezenas de toras de mogno, mais seis árvores prontas para beneficiamento foram encontradas por agentes da Polícia Federal, na semana passada, numa operação em conjunto com o Exército e Ibama na fronteira do Acre com o Peru, no município de Porto Walter, distante 780 km de Rio Branco. A madeira após beneficiada, estava sendo transportada clandestinamente nas costas, por madeireiros peruanos.
A operação dos federais foi deflagrada para apurar denúncias do prefeito Vanderley Sales, de Porto Walter, de que madeireiras peruanas estavam invadindo a fronteira brasileira para retirar grande quantidade de madeira de lei, principalmente mogno. A região onde a madeira foi encontrada fica próximo da reserva indígena Ashaninka, que no ano passado também foi invadida por peruanos em busca de madeira nobre. A região onde vivem os índios Ashaninkas é considerada uma das maiores reservas de mogno do mundo.
Madeira seria transportada nas costas
O superintendente da Polícia Federal no Acre, Ney Ferreira, acredita que os invasores tenham sido avisados da presença dos federais na região, pois quando chegaram na localidade não havia mais ninguém. O mogno estava sendo retirado da colocação Alto do Inferno, distante cerca de 500 metros da divisa do Brasil com o Peru. A casa mais próxima fica há dez horas de caminhada pela selva amazônica. "Parte da madeira beneficiada estava colocada em trilhas feitas no meio da mata, entendendo-se que seria transportada nas costas porque não haviam sinais de tratores e outros tipos de veículos", disse Ferreira.
Ney Ferreira disse ainda que no decorrer da semana, encaminha relatório ao Ministério da Justiça sobre a ação dos peruanos na fronteira do Acre e, que, nos próximos dias uma nova operação contando com mais agentes e apoio de helicópteros, será enviada à região para fazer um mapeamento completo da situação.
O fiscal do Ibama, Gilberto Alberto de Oliveira, afirmou que a penetração dos madeireiros peruanos na fronteira brasileira se dá pelo igarapé Paratari que nasce no Peru e passa pelo município de Porto Walter. Como a região é de difícil acesso, a ação dos peruanos em busca de madeira é tranqüila por causa da pouca fiscalização do Ibama. "Eles estavam utilizando motosserras para transformar as toras de madeira em pranchas. Um método rústico mas que funciona com perfeição na floresta amazônica", relata.
A ambição de estrangeiros no mogno brasileiro está no preço. O metro cúbico da madeira chega ao valor de US$ 1.200 no mercado europeu. No Brasil a retirada de mogno está proibida desde setembro do ano passado.

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