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Madeira retirada ilegalmente de área indígena é apreendida

Tribuna de Impresa-Rio de Janeiro-RJ
11 de Jul de 2002

Fiscais da operação Mogno, do Ministério do Meio Ambiente, com o apoio da Polícia Federal, aprenderam em duas semanas 25,7 mil metros cúbicos de madeira retirada ilegalmente da reserva dos índios Cinta Larga, em Juína, no Norte do Mato Grosso.

Já foram lavrados 63 autos de infração e o total de multas chega a R$ 7,7 milhões. O empresário Osmar Queiroz, de Juína, teve a prisão preventiva decretada pela Justiça Federal por crime ambiental, roubo de madeira da União e lavagem de dinheiro. A operação vai durar mais 90 dias.

A madeira, de valor ainda não calculado, ocuparia 2 mil carretas. Trata-se de espécies nobres, como mogno, sucupira, maçaranduba, andiroba e jatobá. Acusados de conivência com madeireiros no processo de exploração da madeira dentro da reserva, os índios agora defendem a execução de um plano de manejo para comercializá-la.

Para isso, protocolaram no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) documento em que pedem o manejo a fim de regular a exploração dos recursos florestais em terras indígenas.

Funcionários do Ibama estão sendo investigados por suspeita de participação no esquema de desmatamento da reserva indígena. "Eles estão sendo investigados porque esse processo não poderia durar tanto tempo na clandestinidade na retirada de madeiras de área de patrimônio da União, que é a reserva indígena", explica Ramiro da Silva, coordenador-regional do Ibama.

Os mais de 150 índios Cinta Larga que vivem na Reserva Serra Morena, com área de 147.836,146 hectares, alegam que enfrentam sérias dificuldades de subsistência e que percebem que a floresta vem sendo devastada de forma clandestina em toda Amazônia, "causando enormes impactos ambientais, alterando a flora e a fauna". Boa parte da área foi desmatada. O processo de exploração ocorre há pelo menos 10 anos.

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