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Lula: 'O país vai ficar mais nervoso'

O Globo, O País, p. 13
20 de Abr de 2006

Lula: 'O país vai ficar mais nervoso'

Chico Oliveira

Depois de ser vaiado em Porto Alegre por funcionários do Grupo Hospitalar Conceição - hospital do Ministério da Saúde responsável por 40% dos atendimentos de emergência no Rio Grande do Sul - onde inaugurou as novas instalações do setor de emergência, Lula fez um verdadeiro discurso de campanha. Disse que o protesto foi um "exercício de democracia muito forte" e pediu tranqüilidade a todos porque, segundo ele, as coisas vão piorar na campanha:
- Daqui para a frente o país vai ficar mais nervoso. É assim mesmo. Então, queria que vocês não perdessem a tranqüilidade - disse Lula ao público formado por sindicalistas, metalúrgicos e integrantes da CUT.
Os funcionários da Varig que pediam apoio à empresa, os integrantes da Associação dos Servidores do Grupo Hospitalar Conceição, contrários à transformação do hospital em fundação de direito privado, e os militantes do PSTU, que protestavam contra o mensalão, ficaram do lado de fora. Tanto no Hospital Conceição quanto no Sindicato dos Metalúrgicos, a 500 metros, os manifestantes ficaram distantes.
Lula também inaugurou ontem o sistema de eletrificação rural na reserva da Guarita, em Tenente Portela (RS), onde moram cerca de 1.300 famílias de índios caingangues e guaranis. 0 programa Luz para Todos beneficiou 1.071 delas. No Dia do índio, ele disse que preferiu estar ali e não nas comemorações do Dia do Exército, em Brasília.
- Era importante que no dia 19 a gente estivesse com nossos irmãos e irmãs que representam as nações indígenas.
"Fico imaginando o quanto eles vão falar mal de mim"
0 presidente foi homenageado por um grupo de crianças caingangues, que cantaram pela proteção de matas e rios. Lula ajudou a levar ao palco o indiozinho Alessandro, que o presenteou com um arco. Como não havia fecha, o presidente atirou um grão de milho.
0 presidente inaugurou a rádio comunitária Cacique Fongue, a primeira de uma reserva indígena e que fará transmissões em caingangue e guarani (a reserva também abriga 50 famílias guaranis). Ele disse, numa brincadeira, que está preocupado com as críticas que possa vir na rádio.
- Fico imaginado o quanto eles vão falar mal de mim nessa rádio aí. Não tem problema.

O Globo, 20/04/2006, O País, p. 13

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