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08 de Jul de 2010
Índias se unem em associação de artesanato (VÍDEO) - http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1296844-7823-INDIAS…
No Tocantins, índias da etnia javaé se uniram numa associação de artesãs para comercializar bijuterias e outros produtos feitos pela tribo. O negócio ainda está no começo, mas foi uma forma encontrada pelas mulheres de aumentar a renda e resgatar parte da cultura indígena.
Reunidas embaixo da sombra de uma árvore, as mulheres indígenas se dedicam a um de seus melhores afazeres: o artesanato. Foi a partir desses encontros cotidianos que elas tiveram a ideia de formar uma associação que garantisse mais renda para as tribos e divulgação da arte indígena.
A produção é toda manual. Até a linha utilizada para fazer as peças é feita de material encontrado na natureza. O processo é simples: elas batem um broto de palha de buriti no chão, desfiam as folhas, deixam secar e tecem. Algumas sementes são encontradas no quintal da associação, em um matagal nos fundos da sede.
Entre as peças comercializadas, além dos produtos feitos com sementes, algumas mulheres trabalham com material sintético. São bolsas, brincos, colares grandes e mais delicados. A variedade das peças se deve à troca de informações entre as artesãs. A associação nasceu entre a etnia javaé e hoje já conta com um membro pataxó.
"É troca de conhecimento. É aprendizado para elas e para mim", disse a artesã Solange Pataxó.
As diferenças no estilo de cada tribo podem ser percebidas nas peças expostas no local onde funciona o escritório da associação. O antigo prédio da Casa do Índio, em Gurupi, dá lugar à cultura e ao comércio de artesanato.
"Fazemos artesanato e temos como vender para fora e comprar alimentos para dentro de casa, roupas e outras coisas", disse Usanaki Karajá, presidente da associação.
Por enquanto, a associação indígena não tem estrutura apropriada e passa por dificuldades para funcionar de maneira adequada. "Não tem energia. A Funai joga para a Funasa. A Funasa joga para a Funai", contou a índia.
O artesanato, seja através de colares ou cocares, é uma forma de manter viva a cultura indígena e valorizar o trabalho desses artesãos que repassam conhecimento de geração para geração.
A Funasa informou que a antiga Casa do Índio passou a ser de responsabilidade da Funai.
A Funai confirmou a informação e disse que está prevendo, no orçamento, recursos para o pagamento das contas que ficaram atrasadas durante o período de transição de uma instituição para a outra. Mas, ainda não há data para que a situação seja regularizada.
Cada mulher que faz parte da associação recebe por mês, em média, um salário mínimo.
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