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Local foi palco de fraude no Ibama

Folha de S. Paulo-SP
14 de Set de 2005

Viajar de Cuiabá para Aripuanã é, em si, um ato de turismo de aventura. Os vôos, em bimotor com capacidade para 19 passageiros, partem às 5 da manhã. E levam quatro horas para chegar ao destino. É mais do que um vôo de São Paulo a Santiago do Chile.
Nas escalas -em cidades de nomes simpáticos, como Juara, Juína e Juruena-, o passageiro tem direito a pistas de pouso de cascalho e a prosaicas paradas de dez minutos para descer do avião, esticar as pernas e tomar um café. Os bancos não reclinam.
O noroeste de Mato Grosso, de terreno acidentado e imprestável para a agricultura, foi ocupado pelo boi, que se segue à exploração de madeira. Em Aripuanã, a fronteira avança voraz sobre uma das últimas grandes área de floresta densa do Estado, resguardada por terras indígenas como a dos cintas-largas, a dos zorós e a dos araras. É a mesma topografia que garante o espetáculo das cachoeiras. E foi a floresta que tornou Aripuanã célebre neste ano, por um motivo nada bonito.
O município foi o que mais desmatou na Amazônia inteira em 2003-2004, quase tudo para pasto. Aripuanã era também um dos principais pontos de atuação da quadrilha de extração ilegal de madeira desmontada em junho pela Operação Curupira, da Polícia Federal e do Ministério Público. A máfia tinha participação dos funcionários do Ibama local -após a operação, o escritório ficou com duas pessoas

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