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Linhão de Guri em Roraima entra em testes nesta semana

Gazeta Mercantil-AM
Autor: Marcia Valeria
27 de Jun de 2001

Começam neste final de semana os testes da linha de transmissão de 200 quilômetros que irá interligar o complexo hidrelétrico de Guri, na Venezuela, a Roraima. A Empresa de Eletricidade Del Caroni (Edelca), responsável pelas obras do lado venezuelano, está concluindo a instalação dos postes e cabos. Do lado brasileiro, as obras estão prontas, segundo informou o diretor-técnico da Boa Vista Energia S.A - subsidiária da Eletronorte - Ângelo do Carmo.
O governo do Estado de Roraima quer inaugurar o Linhão de Guri no dia 28 de julho, data que depende de confirmação da presença dos presidentes Fernando Henrique Cardoso e Hugo Chàvez, da Venezuela. O assessor de Comunicação do Estado, Galvão Soares, informou que o governador Neudo Campos está viajando para Brasília para assegurar a data da inauguração. Ontem, o secretário de Planejamento, Indústria e Comércio, Sérgio Pillon, informou que tão logo a energia esteja disponibilizada, o Estado vai realizar uma campanha em nível nacional para divulgar a oferta de 120 megawatts de energia em Roraima.
Após quatro anos do início das negociações entre Brasil e Venezuela, o projeto de Guri entra na reta final. No início de junho, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) formalizou a importação de 200 megawatts de energia elétrica da Venezuela para Roraima por um período de 20 anos. A Eletronorte investiu R$ 55 milhões na construção da linha de transmissão, que vai proporcionar a distribuição de energia para Roraima a um preço muito mais barato que o da produzida com a queima de óleo diesel por termelétricas. Hoje o custo da geração é de R$ 220 por MW/hora. A importação deve reduzir esse custo para US$ 26 MW/h.
Segundo Ângelo do Carmo, a BV Energia aguarda apenas a chegada da tensão da cidade de Santa Helena para testar as linhas. `Estamos prontos e aguardando uma posição da Edelca para iniciar os testes. Se tudo ocorrer como programado, os testes acontecem neste final de semana`, informa.
Pelo cronograma original, a importação da energia venezuelana deveria ter começado em janeiro de 1999, mas o projeto foi interrompido por conta da pressão de grupos ambientalistas e de comunidades indígenas venezuelanas que sabotaram as obras da linha de transmissão de energia elétrica entre o Estado de Bolívar (ao sul da Venezuela) e Boa Vista, que atravessava o território indígena.
Entre obras no Brasil e Venezuela, o projeto custou cerca de R$ 150 milhões. Do lado venezuelano, são cerca de 700 quilômetros de linhas de transmissão. A maior, de 300 quilômetros e 400 quilowatts (kW), vai de Macagua, na cidade de Puerto Ordaz, até Las Claritas. De lá, partem duas linhas, uma de 230 kW até Boa Vista e outra, de 34,5 kW, em direção a Santa Helena do Uairém, na região da Grande Savana, Sudeste da Venezuela, próximo à fronteira com o Brasil, e depois até o município de Pacaraima (RR), distante 212 quilômetros da capital.
Os custos do empreendimento em território venezuelano, que incluem a construção de duas subestações - em Las Claritas e Santa Helena - totalizam US$ 90 milhões. Durante a vigência do contrato, serão pagos mais US$ 800 mil por ano pela operação e manutenção das linhas. A construção de 190 quilômetros da linha de 230 kW até a capital roraimense está a cargo da Boa Vista Energia. Somando as duas subestações de rebaixamento de energia para 69 kW e 13,8 kW, a obra do lado brasileiro está orçada em US$ 55 milhões.
O Governo do Estado de Roraima irá investir US$ 26 milhões para interiorização da energia importada de Guri. Já está em fase de implantação 800 quilômetros de rede que irá atender 95% do Estado, segundo informou o secretário Sérgio Pillon.

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