Lideranças da Raposa pedem investimentos

Após quatro meses do prazo final para a retirada de não-índios da Reserva Indígena Raposa Serra do Sol, indígenas da região alegam que falta investimento para desenvolvimento social. Com a vinda do presidente Luiz Inácio da Silva (PT), organizações indígenas planejam entrega de cartas ao presidente com pedidos de melhorias. O local e horário do encontro com as lideranças ainda não está definido, mas foi confirmado pelo assessor da Casa Civil da Presidência da República em Roraima, Nagib Lima.

O presidente do Conselho Indígena de Roraima (CIR), Dionito José de Souza, disse que pretende entregar ao presidente um documento em que solicita investimentos para área da agricultura e mineração, além de outros projetos.

Quanto à reserva, o líder indígena destacou que a maioria dos não-índios saiu do local, restando apenas poucas famílias, mas que também estão com data marcada para sair. Dionito ressaltou que os indígenas estão trabalhando na criação de gado e contam com cerca de 400 cabeças na antiga fazenda Providência, que passou a chamar "Ou Vai, ou Racha". "Agora o clima lá está calmo", frisou.

Além disso, os indígenas estão construindo casas para as famílias e recebendo capacitação de técnica de agricultura orgânica. Para isso, jovens indígenas da comunidade de Barro, em grupos de quatro, vem a Boa Vista, onde permanecem por cerca de um mês recebendo as instruções. "Eles estão sendo ensinados, e logo vamos expor os produtos em uma feira agropecuária da Capital.

De acordo com o tesoureiro da Sociedade dos Índios Unidos do Norte de Roraima (Sodiur), Adeildo Barbosa, as atividades da comunidade na reserva não avançaram. Com a falta de chuva, o plantio de milho, mandioca e feijão mal deu para o sustento. Desta forma, a diretoria irá entregar ao presidente Lula um documento pedindo investimentos para irrigação. "A maioria de nossa plantação secou por causa da falta de chuva. Precisamos de trabalhar com a irrigação e vamos pedir isso ao presidente", destacou.