Líder de quilombos denuncia grilagem de terras no Maicá

Líder de quilombos denuncia grilagem de terras no Maicá
HOME PAGE O IMPACTO, 17.8.2007
Marcos Santos

O presidente da Associação dos Moradores Remanescentes de Quilombos do
Arapemã residentes no bairro do Maicá, José Humberto, o popular
"Canhão", disse à reportagem de O Impacto, que empresários madeireiros
e um dono de uma empresa de ônibus, estariam induzindo os moradores da
Grande Área do Maicá a invadir as terras destinadas às famílias
reconhecidas como quilombolas pelo Governo Federal. De acordo com ele,
um grupo de pessoas está recebendo orientação desses empresários para
fazer a ocupação e intimidar os remanescentes de quilombos. A idéia,
ainda de acordo com ele, é tentar retirar da área as famílias que
conseguiram o reconhecimento do Governo Federal como remanescentes de
quilombolas. José Humberto explicou que desde 2002, a associação vinha
lutando pelo reconhecimento da União e agora o processo está em fase
de titulação da terra e demarcação da área pelo Ministério Público
Federal. Constantemente, a associação promove reuniões com os
moradores no sentido de definir sobre os loteamentos e garantir o
direito de posse definitivo, justamente para evitar transtornos
como vêm ocorrendo nos últimos dias, principalmente grilagem de
terras. José Humberto explica que, ao contrário do que pensam muitas
pessoas, a associação não está lutando por cestas básicas que serão
dadas pela Fundação Cultural Palmares às famílias remanescentes de
quilombos. "É uma vitória do nosso povo e as pessoas deveriam
reconhecer isso e não fazer acusações levianas", disse.

Fonte: Clipping da 6ªCCR do MPF.