O Globo, Economia, p.31
07 de Jul de 2004
Lessa apóia compra de Noranda pela Vale
O presidente do BNDES, Carlos Lessa, manifestou ontem simpatia à idéia de que a Companhia Vale do Rio Doce adquira participação na mineradora canadense Noranda. O banco comprou participação estratégica na Vale em novembro do ano passado, mas se absteve de votar sobre a proposta de compra da Noranda, na semana passada, porque ainda avalia tecnicamente seus efeitos.
Há toda uma relação de efeitos benéficos derivados da Noranda, que eu preciso cotejá-los. Como eu não pude cotejar, para nós do banco é temerário dizer sim ou não, então eu preferi me abster. Agora, como pessoa física, me parece que é uma boa iniciativa disse Lessa, no lançamento do fundo de índice composto por papéis do banco na Bovespa.
Lessa ressalvou que o banco ainda faz uma avaliação e que esse julgamento refletia apenas a sua opinião:
Estou falando como economista, como brasileiro. Como presidente do BNDES é que eu não posso dizer nada, porque instruímos nosso representante para se abster de votar, o que não quer dizer nem contra nem a favor, os outros sócios decidem.
O BNDES passou a deter 9,5% da Valepar, controladora da Vale, em novembro de 2003. Na época, aumentou de 5% para 7,86% sua parcela direta na mineradora brasileira.
A resposta da Noranda à proposta de compra pela Vale do Rio Doce deverá ocorrer em até 30 dias, segundo fonte envolvida no processo. A Vale quer trocar ações da mina de cobre de Sossego (PA), por ações da mineradora canadense.
Na aquisição do controle da Noranda, avaliada em cerca de US$ 3 bilhões, a Vale terá que negociar com outros acionistas, como o Banco Brascan, líder da venda da mineradora canadense, com 42% de participação. A idéia da Vale, é negociar pelo menos mais 9% com outros acionistas, trocando ações de Sossego com sócios da Noranda, e assim continuar controlando a mina por meio da Noranda.
O Globo, 07/07/2004, p. 31
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