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Lei permite adaptar currículo

Diário Catarinense-Floranópolis-SC
Autor: DARCI DEBONA
19 de Abr de 2002

A Escola Irani de Toldo Chimbangue, em Chapecó, promove até sábado uma semana cultural na aldeia Kaingang, em Chapecó.

Durante esta semana, danças, artesanato, moradias, ervas medicinais e outros elementos da cultura indígena são mostrados para excursões de alunos de outros colégios da região. Cerca de 400 pessoas visitam a aldeia diariamente.

Segundo o coordenador da Escola Irani, Paulo Márcio Pinheiro, pelo menos 50% do conteúdo disciplinar é repassado também na língua materna.

A iniciativa começou há cerca de três anos com a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases, que permite às escolas adaptarem o currículo de acordo com a realidade local.

Dos nove professores, seis são índios. Pedro de Oliveira é professor de Kaingang. Ele trabalha textos adaptados, cantos, danças e brincadeiras na língua materna. Conhecimentos sobre Ciências, História, Geografia e Matemática são ensinados em Kaingang.

Oliveira diz que há dois anos dá aula na escola e tenta resgatar as tradições e os costumes do seu povo.

Atualmente são 104 alunos, da pré-escola ao ensino médio. O cacique Idalino Fernandes calcula que através da escola já foi resgatada cerca de 60% da cultura indígena.

Ele destaca que é necessário adaptar algumas tradições, mas que a busca é trazer o conhecimento de gerações passadas para os mais novos preservarem a identidade do povo.

Uma escola que alia a modernidade à tradição é a Cacique Vanhkre, de Ipuaçu. No local, os alunos recebem até aulas de Internet, mas mantém o ensino das tradições Kaingang.

A escola também resgata jogos indígenas como corrida da tora e zarabatana. Dezenas de índios formados no colégio freqüentam universidades da região e depois retornam para a aldeia.

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