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Laudo do IML diz que morte foi natural e indeterminada

Folha de Boa Vista-Boa Vista-RR
Autor: LEANDRO FREITAS
13 de Jan de 2003

O laudo do Instituto de Medicina Legal (IML) expedido no sábado passado sobre a morte do indígena Aldo da Silva Mota - que estava desaparecido desde o dia 02 de janeiro, no município de Uiramutã, área Indígena Raposa Serra do Sol - afirma que a causa foi natural e indeterminada. O Conselho Indígena de Roraima (CIR) contestou o resultado do exame cadavérico por meio do Ministério Público Federal (MPF), o qual, o juiz determinou que fosse feito um novo exame para ratificar a informação. Com a determinação, o corpo do indígena foi enviado para Brasília na madrugada de hoje.

Segundo a Assessoria de Imprensa do CIR, a instituição não está contestando o resultado por ser local, porém, como o IML não dispõe de equipamentos modernos capazes de diagnosticar com certeza a causa morte é necessário que o exame seja feito em outro lugar para não pairar dúvidas quanto ao resultado.

"O argumento do IML local é que o corpo já estava em decomposição, no entanto, o resultado saiu muito rápido e a nossa surpresa foi dizer que a causa da morte do índio foi natural e indeterminada", relatou a Assessoria.

O resultado causou estranheza ao CIR que abriu uma nova discussão sobre o assunto. Desta vez trata-se da forma como foi encontrado o corpo de Aldo da Silva. "Se foi por morte natural e indeterminada, por que o cadáver haveria de estar enterrado em uma cova rasa na fazenda de um vereador do Uiramutã", indagou o CIR por meio de sua Assessoria.

Segundo o CIR se a morte do índio foi natural conforme o laudo do IML, não haveria motivo para enterrarem o corpo. "O natural seria que o corpo estivesse no campo, sem qualquer cobertura. Nos causou estranheza esse laudo, por isso solicitamos ao MPF um novo exame", frisou.

O CASO - O indígena Aldo da Silva Mota foi encontrado na manhã do dia 09 deste mês há cerca de 1.500 metros da área da fazenda Retiro, no município de Uiramutã. Essa propriedade pertence a um dos nove vereadores daquele município, Francisco das Chagas Oliveira, mais conhecido como Chico Tripa.

Segundo informações do CIR, o indígena recebeu um recado para se deslocar até a fazenda do vereador para retirar um garrote da aldeia que havia invadido a propriedade particular.

Todas as investigações sobre o caso estão sendo feitas pela Polícia Federal (PF), em parceria com a Polícia Militar (PM). As providências foram determinadas pelo Ministério da Justiça, a pedido do CIR

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