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Kiriris impedem serviço médico em seis aldeias

A Tarde-Salvador-BA
Autor: MIRIAM HERMES
22 de Ago de 2004

Os índios tomaram uma Ranger da equipe de assistência da Funasa na região oeste

Cerca de 100 índios continuam com um veículo da marca Ranger, pertencente à Fundação Nacional de Saúde (Funasa), estacionado em uma aldeia Kiriri, no município de Muquém do São Francisco. O utilitário é utilizado pela fundação no deslocamento de uma equipe médica pelas seis aldeias kiriris da região oeste da Bahia e foi tomado pelos índios no dia 26 de julho. Por se tratar de um bem da União, somente a Polícia Federal tem competência para entrar na área e retirar o veículo.

De acordo com a Assessoria de Comunicação da Funasa, uma solicitação de intervenção foi encaminhada ao Ministério Público Estadual e à Policia Federal, a fundação aguarda uma ação da Polícia Federal esta semana. O Conselho de Saúde Indígena que funciona em Ibotirama, e que centraliza o atendimento na região, tentou negociar a liberação do veículo com os índios, mas não obteve sucesso.

A aldeia revoltada fica na margem esquerda do Rio São Francisco, a cinco quilômetros da cidade de Ibotirama, situada do outro lado do rio. Segundo a líder da comunidade, índia Maria Kiriri, a apreensão do carro foi para denunciar "a existência de poucos medicamentos e a falta de assistência médica para os 100 índios que moram no local".

Mas, na versão dos responsáveis pela assistência médica, as aldeias recebem regularmente, a cada semana, a visita de uma equipe composta de um médico, enfermeira, odontólogo e assistente, e que, enquanto o veículo permanecer parado na aldeia, todos os kiriris da região estão com o atendimento comprometido.

Na região vivem cerca de dois mil índios cadastrados, das tribos Pankarús (de Serra do Ramalho e Muquém do São Francisco). Atikum (Santa Rita de Cássia e Angical), Tuxá (Ibotirama), além da Kiriri, também de Muquém do São Francisco.

ASSENTAMENTO - O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) já está com a escritura definitiva da segunda parte da Fazenda Itamarati (Gleba I), no município de Ponta Porã (MS). O governo federal pagou R$ 165,3 milhões pelo imóvel, uma área de 24,5 mil hectares que servirá para o assentamento de 2.048 famílias até o final deste ano. A Itamarati pertenceu ao empresário Olacyr de Moraes e foi um símbolo da monocultura da soja no Brasil. A primeira parte do imóvel se transformou em assentamento em 2001 e abriga atualmente 1.143 famílias, numa área de 25 mil hectares.

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