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Kaxinawa de 12 anos pode ter contraído aids em Brasiléia

A Tribuna-Rio Branco -AC
Autor: Josafá Batista
24 de Out de 2003

Um exame comprovou, mas os médicos esperam a confirmação do que pode cair como uma bomba nas aldeias indígenas da etnia Kaxinawa, em Brasiléia. D. Kaxinawa, de apenas 12 anos, pode ter contraído o vírus da aids naquela cidade, de maneira ainda totalmente desconhecida. O menor foi submetido a interrogatório logo depois que o exame deu positivo, no início desta semana.

O exame foi colocado sob suspeita pelos médicos pelo histórico de hepatites "B" na família do menor. Os médicos desconfiam de que, em D., o vírus tenha evoluído para uma hepatite "Deltha", que é muito parecida com o HIV. Por isso mesmo, os exames foram enviados ainda ontem para um laboratório em São Paulo (SP), onde será analisado por uma equipe de especialistas.

"Na verdade, ainda é cedo para dizer se ele está com aids ou não. Estamos esperando a confirmação desses dados para tentar descobrir o que houve e principalmente criar um histórico do surgimento da doença. Nos depoimentos, ele falou que nunca teve relações sexuais e não fez transfusão de sangue. Nesse caso, nem mesmo hepatite poderia ter desenvolvido, a não ser que tivesse herdado da mãe ou do pai", disse o presidente do Programa DST/Aids do Departamento de Ações Básicas de Saúde, Francisco José Dantas.

Ontem o menor voltou a Brasiléia na companhia da irmã, maior de idade, a pedido dos pais. O resultado da contraprova do exame deve chegar dentro de um mês, de acordo com o Programa DST/Aids.

A localização do vírus foi feita quase que sem querer pelos técnicos da Associação dos Portadores de Hepatite do Acre (Aphac). O sangue coletado de várias mulheres nas aldeias indígenas serviria para subsidiar um relatório de campo, acerca da necessidade de distribuir preservativos e medicamentos de proteção intra-uterina nas comunidades. O exame do sangue do garoto, no entanto, acabou revelando o vírus.

Caso a presença do HIV se confirme no sangue de D., a política de atendimento à saúde indígena deverá sofrer uma transformação radical. Outro ponto que deve ser abordado foi como uma criança de 12 anos adquiriu aids, sem nunca ter tido contato, segundo ele, com sangue infectado através de transfusões.

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