VOLTAR

Justiça libera obras no Sistema Alto Tietê

OESP, Cidades, p. C5
09 de Mar de 2004

Justiça libera obras no Sistema Alto Tietê
Construção de duas barragens na região de Mogi das Cruzes estava embargada

Fabio Diamante

A Justiça Federal levantou ontem o embargo e liberou a continuidade das obras para construção de duas barragens no Sistema Alto Tietê, na região de Mogi das Cruzes. A decisão foi tomada pelo juiz Wilson Zauhy Filho, da 13.ª Vara Federal Cível, que julgou improcedente ação cautelar proposta pelos Ministérios Públicos Federal e Estadual. O Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee) anunciou ontem a retomada imediata das obras.
O mesmo juiz concedera liminar interrompendo as obras, em 18 de dezembro. O argumento apresentado pela procuradora da República Rosane Campiotto e pelo promotor do Meio Ambiente de Mogi das Cruzes, Fernando Henrique de Moraes Araújo, era de que os estudos de impacto ambiental eram ineficientes.
Ontem, o juiz julgou o mérito da ação cautelar e decidiu por sua improcedência. Para a execução das obras é necessário o desmatamento e inundação das bacias dos Rios Paraitinga e Biritiba-Mirim para construção de duas represas na região do Alto Tietê, entre as cidades de Mogi das Cruzes, Biritiba-Mirim e Salesópolis. "Foi uma decisão técnica que demonstra que tudo está sendo feito de forma correta e responsável", disse o superintendente do Daee, Ricardo Borsari.
A área, de acordo com o Ministério Público, é ocupada por vegetação remanescente de mata atlântica. As obras fazem parte de um sistema que conta com três barragens e produz 9 metros cúbicos de água por segundo. Com mais duas barragens, haverá acréscimo de 3,5 metros cúbicos para abastecimento.
O juiz proferiu a decisão ontem após quase 14 horas de depoimentos, divididas em duas audiências. Na sentença, ele rebate as afirmações do Ministério Público de que a inundação colocaria em risco duas espécies ameaçadas de extinção, "o sagüi-da-mata-escuro e o veado-bororó-do-sul".
Sobre a flora, o juiz entendeu que não havia os riscos apontados na ação.
Sobre as exigências para a obra, o juiz considerou que, até agora, elas foram cumpridas. O Ministério Público Federal anunciou que vai recorrer.

OESP, 09/03/2004, Cidades, p. C5

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.