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Justiça Federal nega sepultamento de corpo no Tekohá. Manifestação ocorre agora em Dourados

Cimi MS
12 de Jan de 2007

Cerca de 150 pessoas, entre lideranças, militantes, estudantes e professores indígenas e não indígenas, realizam neste momento uma manifestação em Dourados, Mato Grosso do Sul. Eles protestam contra a violência que tem assolado os povos indígenas no Estado, pedem justiça e ações para a demarcação das terras. As falas também reafirmam a decisão de enterrar o corpo da indígena Kuretê Lopes, assassinada na manhã de terça-feira, dia 12, na terra tradicional onde ela foi assassinada, durante uma retomada.

O grupo está agora em frente ao Ministério da Justiça. Ali, eles receberam de Dr. Charles Pessoa, procurador federal em Dourados, a notícia de que foi negada, pela juíza Dra. Daniela Paulovick de Lima, da Justiça Federal em Ponta Porã, a solicitação para o enterro de Kuretê. O pedido foi encaminhado pelo Ministério Público à Justiça Federal no dia de ontem. O procurador afirmou, em discurso, que vai entrar ainda hoje com recurso no TRF-3, em São Paulo.

O corpo da indígena está na beira da estrada. Os Kaiowá de Taquaperí decidiram continuar aguardando permissão para realizar o enterro no local do assassinato. Eles argumentam que Kuretê Lopes, que era rezadora, deve ser enterrada no Tekoha (terra tradicional) onde ela nasceu, e onde estão sepultados seus familiares.

Mobilização

O ato foi iniciado na praça principal de Dourados, chamada Antônio João. O grupo seguiu em passeata até a frente do Ministério da Justiça na cidade, onde estão neste momento.

Em um carro de som, lideranças estão fazendo falas emocionadas. Valdenice Kaiowá-Guarani falou da disposição do povo à voltar para suas terras tradicionais. Anastácio Peralta, Kaiowá que vive em Dourados, disse que "as lágrimas e o sangue nos dão força para continuarmos na luta".

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