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Jockey nega que esteja poluindo águas da Lagoa

O Globo, Rio, p. 19
25 de Jan de 2008

Jockey nega que esteja poluindo águas da Lagoa
Clube culpa falta de saneamento na região por despejo de detritos

O presidente do Jockey Club Brasileiro, Luiz Alfredo Taunay, negou que o clube seja o principal poluidor da Lagoa Rodrigo de Freitas, conforme ação do Ministério Público estadual, que estipulou um prazo de 45 dias para que seja interrompido o despejo de esgoto e produtos químicos na Lagoa. Segundo o presidente, faltam obras de saneamento na região - responsabilidade da Cedade - e, por isto, o canal que deságua na Lagoa e na Rua Visconde de Albuquerque recebe detritos dos rios dos Macacos e Cabeças, dos canais da Praça Santos Dumont e da Rua Mário Ribeiro.

Luiz Alfredo Taunay disse também que o clube já encomendou um estudo técnico para avaliar a situação. Ele acrescentou que estudos feitos anteriormente mostraram que o clube não é poluidor.

O Jockey está aqui há 80 anos e nunca teve problema de poluição - disse Luiz Alfredo Taunay.

Em nota, o Jockey Club afirmou que, desde a sua fundação, realiza obras de preservação do meio ambiente, objetivando sempre à preservação da Lagoa.

Secretário avisa que vistoria será feita após o carnaval
O secretário estadual de Ambiente, Carlos Minc, no entanto, reafirmou que o clube é o grande poluidor. Minc disse que, após o carnaval, será feita uma vistoria no Jockey. Se for constatado que as obras exigidas pela Feema não foram realizadas, todas as áreas que despejam efluentes no canal serão interditadas.

- Temos um termo assinado em abril de 2007 em que o clube se comprometia a tomar providências para seis exigências que a Feema fez - disse Minc. - Foram estipulados prazos, o clube pediu prorrogação e agora vamos verificar o que foi feito.

Minc disse que o estado está fazendo a sua parte. Das oito elevatórias - que bombeiam a água para o emissário submarino -, seis não estão funcionando. Segundo Minc, todas serão reformadas e, para isto, a secretaria conseguiu R$ 5 milhões do Fundo Estadual de Conservação Ambiental (Fecam). A primeira a ter reforma concluída é a localizada na Rua Saturnino de Brito, que será inaugurada no dia 20 de fevereiro.

A argumentação do MP foi baseada num relatório feito pela Cedae e a Serla. Os dois órgãos atestaram que, durante inspeções feitas ao longo de oito anos, foram encontradas ligações clandestinas e despejo de esgoto sem tratamento nas galerias de águas pluviais.

O Jockey também é acusado pelo MP de despejar graxa, óleo, sabão e produtos utilizados no hospital veterinário do clube. O presidente do clube negou as acusações.

O Globo, 25/01/2008, Rio, p. 19

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