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Jari Celulose construirá em julho a maior usina hidrelétrica privada da Amazônia

Jornal do Brasil- Rio de Janeiro- RJ
18 de Jun de 2001

A Jari Energética, subsidiária do projeto de produção de celulose na floresta amazônica, vai iniciar a construção da maior hidrelétrica particular da Amazônia, até o fim de julho. Com investimento previsto de R$ 100 milhões, a usina vai gerar 100 megawatts com a vantagem ambiental das turbinas funcionarem a fio dágua, ou seja, aproveitando o fluxo natural do rio Jari, sem a necessidade de um reservatório.
Com isso, a hidrelétrica do projeto Jari será a única da região a não prever a inundação de florestas. O objetivo é resolver a demanda energética das principais empresas consumidoras do Amapá: a Jari Celulose e a Caulim da Amazônia. os problemas com o fornecimento de energia na área existem desde que o Projeto Jari foi concebido no fim da década de 60 pelo milionário norte-americano Daniel Ludwig, já falecido.
Energia extra - A usina deverá estar pronta no primeiro semestre de 2004. Vai atender prioritariamente as fábricas de celulose e de caulim - usados, respectivamente, na produção de papel e indústria gráfica - além da vila residencial da empresa, em Monte Dourado, no norte do Pará. A energia excedente será vendida para a Eletronorte, estatal encarregada da gerar energia na Amazônia. Em fevereiro de 2000, o grupo Orsa comprou a Jari Celulose, que pertencia ao grupo Caemi, da área de mineração. Os novos donos já tinham em mente a construção da hidrelétrica da Cachoeira de Santo Antonio, na divisa do Pará com o Amapá.
Na verdade, o comprador assumiu uma dívida de US$ 300 milhões, herdada do grupo Caemi, um segmento do maior grupo mineral brasileiro montado desde a década de 50 pelo empresário Augusto Trajano Azevedo Antunes, já falecido.
Subsídio oficial - A favor da Caemi, o governo brasileiro patrocinou financiamento vantajosos para nacionalizar o projeto Jari, atendendo reivindicações de setores nacionalistas e de esquerda. Era um protesto contra um projeto de megainvestidor estrangeiro.
A futura hidrelétrica vai substituir a usina termelétrica de 50 megawatts trazida do Japão, pelo oceano, até o Amapá, numa megaoperação realizada em 1977. A termelétrica navegou 20 mil quilômetros numa estrutura flutuante. A engenhosa viagem foi concebida para suprir uma das principais deficiências do complexo agroindustrial de US$ 800 milhões montado por Ludwig em uma área de 1,6 milhão de hectares entre o Pará e o Amapá.

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