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Irregularidades em área indígena

O Imparcial- São Luiz- Maranhão
Autor: Andréa Viana
17 de Ago de 2001

Operação realizada na reserva de Alto Turiaçu, retirou 1.000 colonos da área, apreendeu 3.594 m3 de madeira, três caminhões e prendeu três pessoas

Uma mega-operação, envolvendo homens da Polícia Federal, Ibama e Funai, está fazendo uma varredura na reserva indígena de Alto Turiaçu, em busca de invasores e principalmente exploradores ilegais da madeira da região. Em dois dias da operação Pau Brasil já foram retirados da área da reserva 1.000 colonos. 2.711 metros cúbicos de madeira em tora e 883,36 metros cúbicos de madeira serrada foram apreendidos, além de nove caminhões e três motosseras.
A Polícia Federal já havia encontrado muita madeira extraída ilegalmente na reserva biológica de Gurupi, no ano passado, durante uma operação de erradicação de plantações de maconha. A maior parte seria exportada.
Na operação Pau Brasil, que começou na segunda-feira, os policiais federais e técnicos do Ibama e Funai estão percorrendo a reserva em busca de acampamentos de madeireiros. Quatro pessoas já foram presas e 13 inquéritos instaurados, com 12 indiciamentos.
A reserva indígena do Alto Turiaçu fica dentro da reserva biológica do Gurupi, no noroeste do Maranhão, limite com o Pará. A área de floresta tropical úmida é protegida por lei federal contra a exploração de madeira. Na reserva vivem índios de três nações diferentes, os Guajás, os Urubu-capós e os Tembés. A Funai não soube dizer qual é a população indígena da região.
Esta é a terceira operação de retirada de invasores que ocorrem na reserva do Alto Turiaçu que acontece desde sua criação. Segundo o chefe do Serviço de Assistência ao Índio da Funai, Jackson George, não há povoados dentro da reserva desde sua demarcação, mas a relação com os municípios limítrofes ainda é difícil e comumente os marcos são retirados. No ano passado foi realizada uma reaviventação dos limites da reserva. Segundo ele, alguns dos invasores são pequenos agricultores, mas a maioria dos que se encontram nas terras dos índios é formada de madeireiros que atuam ilegalmente, provocando a devastação da área.
MEMÓRIA
PF apreendeu 1.431 toras ano passado
A Polícia Federal apreendeu no dia 23 de outubro do ano passado, 1.431 toras de madeira de tipos variados estocadas em um acampamento. A madeira estava no município de Cachoeira do Piriá (PA) e parte dela seria transportada para serrarias em Açailândia (MA). A apreensão foi a segunda feita por federais que participam da Operação Jibóia na divisa entre os dois estados. Na primeira foram encontradas 107 toras em uma serraria instalada próxima a uma área de assentamento. Os policiais federais, coordenados pelo delegado federal Eduardo Régis Vasconcelos, chegaram ao acampamento durante a noite e além da madeira no chão encontraram ainda oito caminhões carregados com toras de angelim, tauari e guajarina e um bicho-preguiça que vinha sendo mantido em cativeiro com o filhote. A preguiça-mãe estava amarrada e assustada. Os animais foram entregues ao Ibama para posterior libertação. A PF acredita que a madeira tenha sido retirada da área da Reserva Ambiental do Gurupi.
A apreensão da madeira aconteceu por acaso durante uma diligência da equipe de policiais federais, que procuravam, por terra, novas plantações de maconha. A Operação Jibóia envolveu 85 homens, duas lanchas e dois helicópteros, que trabalham na erradicação de plantações

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