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Investimento em controle ambiental aumenta 84%

FSP, Dinheiro, p. B7
27 de Jan de 2007

Investimento em controle ambiental aumenta 84%
Indústria gasta apenas 0,45% do faturamento em equipamento e tecnologia para amenizar danos ao ambiente e reduzir poluição

DA SUCURSAL DO RIO

Os investimentos das indústrias brasileiras em controle ambiental cresceram 83,9% de 1997 a 2002. Nesse período, os gastos com compra de máquinas, equipamentos e tecnologia capazes de reduzir os efeitos da poluição e do lançamento de resíduos passaram de R$ 2,2 bilhões para R$ 4,1 bilhões, informou o IBGE.
Apesar do aumento, os investimentos em controle ambiental são ainda uma fração muito pequena do faturamento das indústrias. As firmas gastaram, em 2002, só 0,45% da receita -em 1997, o percentual era de 0,30%. Como proporção do investimento total, porém, o ambiente ganhou importância. O percentual destinado ao controle ambiental saltou de 13,9% em 1997 para 18,7% em 2002.
Segundo o IBGE, o número de empresas que compraram equipamentos e investiram em tecnologia para reduzir emissões e rejeitos também é inexpressivo ante o universo de 135 mil indústrias instaladas no país em 2002. Apenas 3,6% delas aplicavam verba em controle ambiental em 1997 -foram 5% em 2002.
Apesar de ainda baixo, o número de indústrias que investem em equipamentos para mitigar problemas ambientais cresceu 75% de 1997 a 2002 -de 3.823 para 6.691.
Paulo Gonzaga, técnico do IBGE, diz que, apesar do número reduzido, as firmas que centram esforços na questão são as maiores e com maior potencial de dano ao ambiente.
Ele explica que as firmas que investiram em instrumentos de controle ambiental correspondiam a 48,1% de toda a produção da indústria brasileira em 2002. Em 1997, representavam 34,1% do valor da produção da indústria. "Os dados mostram que quem investe está investindo mais. A indústria brasileira está mais propensa a investir em controle ambiental", disse Gonzaga.
O levantamento, a partir de dados da PIA (Pesquisa Industrial Anual), não identificou impacto nem resultados obtidos com aporte em controle ambiental nem desagregou os dados por tipo de gasto.
Segundo a pesquisa, a indústria extrativa foi na contramão do setor fabril como um todo e reduziu os investimentos. Do investimento total, 28,3% foi para equipamentos e tecnologias de controle em 1997. O percentual caiu para 10,8% cinco anos mais tarde.
Já a indústria de transformação ampliou a fatia de seus investimentos destinada à área ambiental -13,3% em 1997 para 19,1% em 2002.
Segundo o IBGE, a atividade industrial que proporcionalmente mais investiu em equipamentos de controle ambiental foi a de refino de petróleo e produção de álcool. Do que foi aplicado pela indústria brasileira em controle ambiental em 2002, 42% foi gasto pelo ramo de refino. Em 1997, correspondia a 16% do total, atrás da indústria de alimentos (19%).
Depois do refino, as atividades que mais investiam eram, em 2002, celulose (15%), metalurgia (10%), alimentos (7%) e química (6%). (PS)

FSP, 27/01/2007, Dinheiro, p. B7

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