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Invasores fazem novas ameaças aos Bororo da terra Jarudore no MT

Coiab
31 de Jan de 2008

Os Bororo que vivem na terra Jarudore, no município de Poxoréu, no Mato Grosso, estão apreensivos, por conta das ameaças de invasores, que prometem destruir a aldeia e atacar crianças, adultos e idosos. A comunidade está aguardando que Fundação Nacional do Índio (Funai) cumpra a promessa de fazer uma reunião com a Polícia Federal na área para tentar resolver a situação.

Segundo Maria Aparecida Toroekure, cacique do grupo, as ameaças começaram há vinte dias, mas se acentuaram desde segunda-feira (28/01). Das 28 pessoas que estavam na área, vinte saíram após as ameaças.

Aparecida acredita que as ameaças existem, pois as pessoas crêem na impunidade de quem comete um crime contra os Bororo. "Eles pensam: mata um Bororo, queima o caminhão deles e nada acontece", afirma a cacique. Ela se refere ao assassinato de Elenilson Batare, em março de 2007 e ao atentado que o genro da cacique sofreu em dezembro de 2006.

O administrador do Núcleo de Apoio da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Rondonópolis prometeu ir ontem (30/01) até a área, levando a Polícia Federal (PF). Entretanto, até hoje a reunião não tinha ocorrido. Segundo Aparecida, a resposta que ela teve da Funai é que talvez a reunião ocorra amanhã (2/2). Aparecida tem medo de que nada seja feito. "Antes da queima do caminhão, avisamos três vezes a Funai das ameaças", diz.

A terra Jarudore está demarcada com 4,07 mil hectares desde 1945, mas ele é ocupada por diversos invasores. Em junho de 2006, Aparecida e outros Bororo voltaram a ocupar um pedaço da terra, para tentar pressionar a Funai e a Justiça a agilizarem a retirada dos invasores.

Desde então sofrem ameaças e agressões por parte de alguns invasores. A cacique afirma que isto não a intimida: "Só saio morta. Esta terra está registrada. Temos direito de estar aqui".

Para dar apoio ao grupo de Jarudore, cinco Bororos da aldeia de Sangradouro chegaram hoje (31) e vão ficar alguns dias com Aparecida e sua família.

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