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Invasões na Funasa podem esconder esquemas, diz Temporão

O Globo Online
16 de Nov de 2007

BRASÍLIA - O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou nesta sexta-feira que os indígenas que ocupam a sede da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) em Manaus podem estar sendo influenciados por interesses alheios. Desde a tarde da última terça-feira, cerca de 150 indígenas de diversas etnias da Amazônia ocupam o prédio. Eles protestam contra uma portaria do Ministério da Saúde que transferiu a responsabilidade das ações de saúde indígena da Funasa para as prefeituras.

Temporão afirmou que a manifestação pode esconder "esquemas estabelecidos na região", sem, no entanto, dar detalhes sobre esses interesses. Para o ministro, como a portaria foi debatida com líderes indígenas, há a possibilidade de que outros grupos estejam por trás da mobilização.

- Estou até um pouco surpreso porque a portaria foi discutida amplamente com todas as lideranças indígenas - argumentou.

O ministro defendeu a portaria e afirmou que ela não prejudicará os programas de atenção aos índios.

- A portaria aperfeiçoa e qualifica o atendimento, coíbe o desvio de recursos e a fraude - salientou.

Apesar de os manifestantes terem anunciado que só deixarão a sede da Funasa após a revogação da portaria, o ministro afirmou que enviará uma comissão para ouvir as reivindicações.

- Pedi à Funasa e à Secretaria de Atenção à Saúde do ministério que vejam, com mais detalhe, o que está havendo lá e que ouçam as lideranças - declarou.

A ocupação também se repetiu na sede da Funasa em Belém (PA). No entanto, os indígenas já desocuparam pacificamente o prédio após receberem garantia de que se reunirão com o ministro da Saúde na próxima semana. A ocupação, no entanto, prossegue na sede do órgão em Manaus.
Índios mantêm ocupação em sede da Funai na Bahia

Cerca de 100 índios das tribos Kaimbé e Kiriri ocupam a sede da Funai, em Paulo Afonso, no norte da Bahia, desde a última quarta-feira. Os índios reivindicam a exoneração do administrador do órgão, João Vasconcelos Valadares, acusado de não aplicar os recursos enviados pelo Governo Federal para atividades agrícolas das tribos.

O administrador se defende das acusações e garante que, dos 4 mil índios pertencentes às duas tribos, apenas 30 participam da ocupação. Na segunda-feira, dia 19, a Funai deve entrar na Justiça com um pedido de reintegração de posse.
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