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Invasões do MST adiam liberação de árvore transgênica

OESP, Metrópole, p. A19
06 de Mar de 2015

Invasões do MST adiam liberação de árvore transgênica
Mil mulheres entraram em centro de pesquisa em SP e destruíram mudas; depois, em Brasília, grupo paralisou reunião da CTNBio

Lígia Formenti e José Maria Tomazela - O Estado de S. Paulo

SOROCABA - Duas invasões coordenadas de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), em São Paulo e Brasília, causaram nesta quinta-feira, 5, a destruição de mudas e impediram a votação de um pedido de liberação comercial de uma variedade de eucalipto transgênico. A alegação é de que o produto colocaria em risco a produção de mel. A empresa atacada afirmou que anos de pesquisa foram perdidos com a ocupação.
A ação foi deflagrada pela manhã em Itapetininga, sudoeste paulista, quando cerca de mil mulheres do MST invadiram o centro de pesquisas da FuturaGene Brasil. No local são realizados estudos para o desenvolvimento do eucalipto geneticamente modificado, batizado de H421. As militantes destruíram estufas, mudas e material genético, além de pichar o local durante a ocupação.
Logo na sequência, cerca de 70 integrantes do movimento entraram no auditório usado pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Com receio de que a segurança das pessoas que acompanhavam a sessão fosse colocada em risco, a comissão optou por suspender as análises que fazia. A polícia foi chamada, mas a manifestação terminou sem confronto.
Mesmo assim, o MST conseguiu impedir a votação do pedido de liberação comercial do eucalipto transgênico produzido pela FuturaGene Brasil, empresa do grupo Suzano Papel e Celulose. O movimento afirma que essa nova variedade de eucalipto coloca em risco a produção de mel, uma vez que o produto obtido nas regiões com a árvore modificada poderia ser contaminado.
Em seu site, a empresa informa que o eucalipto modificado permite produzir mais madeira em menor tempo e de forma sustentável, reduzindo a ocupação de novas áreas. A assessoria de imprensa da Suzano Papel e Celulose afirmou que as depredações causaram perdas de anos de desenvolvimento biotecnológico, mas os prejuízos ainda não foram quantificados. Os laboratórios da FuturaGene não foram atacados.
No momento em que a reunião da CTNBio foi interrompida, já havia sido aprovada a liberação comercial de duas variedades de milho geneticamente modificado. A análise do pedido de liberação do eucalipto vai para a pauta da próxima reunião, em 9 de abril.

OESP, 06/03/2015, Metrópole, p. A19

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