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Invasão de área indígena em debate

A Tribuna-Rio Branco-AC
11 de Jun de 2003

A invasão de madeireiros peruanos na fronteira do Acre com o Peru poderá reunir parlamentares e autoridades dos dois países para discutir a reorganização da linha de fronteira restabelecendo os marcos que foram retirados ao longo dos últimos anos. Pedido neste sentido foi feito ontem pelos parlamentares do PC do B na Assembléia Legislativa do Acre (Edvaldo Magalhães e Moisés Diniz) e na Câmara Federal (Perpétua Almeida).

A denúncia sobre o roubo de mogno no Parque Nacional da Serra do Divisor e o conflito entre índios da tribo Ashaninka e um grupo de arredios na fronteira com o Peru foi feita ontem pela deputada federal Perpétua Almeida (PC do B) durante o Pequeno Expediente na Câmara dos Deputados. Perpétua mostrou aos parlamentares, fotografias sobre as ações de madeireiras estrangeiras na reserva ambiental brasileira na extração de mogno. A deputada mostrou ainda a foto de um colar de dentes guardado pelos Ashaninkas como troféu de guerra dos índios arredios.

Segundo a deputada, os arredios estariam atacando as aldeias Ashaninkas no Peru por causa da pressão e do medo que os obriga a se deslocarem na floresta à procura de novos territórios.

"Talvez estes sejam os últimos índios arredios do Planeta, localizados na região do Acre, e eles estão morrendo por causa da invasão de madeireiros estrangeiros nos seus territórios", denunciou a deputada.

Ação conjunta
Enquanto a deputada Perpétua Almeida apresentava a denúncia na Câmara Federal e aproveitou para pedir ação urgente para que os governos brasileiro e peruano providenciem a recolocação dos marcos na fronteira com o Peru, o deputado estadual Edvaldo Magalhães (PC do B), líder do governo na Aleac, fez um apelo ao presidente do Parlamento Amazônico da União Nacional dos Legislativos, deputado estadual Sérgio Petecão de Oliveira (PMN). Magalhães pediu que o presidente do Parlamento Amazônico convidasse parlamentares peruanos para visitarem o Acre e discutirem a questão sobre a invasão de empresas madeireiras na fronteira acreana.

O deputado explicou ainda que o caso precisa ser discutido entre os dois países, uma vez que não existe rigor na lei ambiental do Peru, facilitando a ação de madeireiras na extração indiscriminada de madeiras.
O deputado estadual Moisés Diniz enfatizou que o caso merece total atenção por parte do governo brasileiro e de organismos internacionais, uma vez que há boatos de que 50 índios arredios teriam sido mortos pelos Ashaninkas em represália a um ataque onde duas crianças morreram numa aldeia no Peru, no mês passado.

A deputada federal Perpétua Almeida entregará, nos próximos dias, às Comissões da Amazônia, de Relações Exteriores e de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, relatório sobre os fatos apurados na viagem que fez até a aldeia Apiwtxa, da tribo Ashaninka na região do município de Marechal Thaumaturgo.

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