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Integração Brasil/Venezuela passa por RR, diz Fonseca

Folha de Boa Vista-Boa Vista-RR
27 de Ago de 2003

O secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico, Célio Fonseca, disse ontem à Folha que a integração da Venezuela ao Mercosul passa, inevitavelmente, por Roraima.

Ele observou que a importância do Estado nesse contexto ficou patenteada a partir do convite feito pelo presidente Lula da Silva para que o governador Flamarion Portela (PT) integrasse a sua comitiva, que visitou o país venezuelano ontem.
Conforme Fonseca, esse é o fato mais relevante da integração entre os dois países desde a época de Simão Bolívar, que tinha como sonho uma América Latina unida.

Ele assinala que o esforço pela integração entre o Brasil e a Venezuela tem se estreitando através do intercâmbio cultural, que vem sendo fortalecido ao longo dos anos.

Ele destaca como um dos pontos propulsores dessa integração a abertura do porto livre de Santa Elena de Uairén, que tem proporcionado a importação e exportação de produtos os mais diversos entre os países.

"Esse porto fortaleceu o comércio em geral. O Brasil está exportando muitos produtos para a Venezuela através de Roraima, como madeira, por exemplo. Hoje mesmo [ontem] saiu daqui do Estado um carregamento com 40 metros cúbicos de madeira rumo à Venezuela", ilustrou o secretário adjunto.

Fonseca chamou a atenção ainda para o mercado que pode se abrir para Roraima no setor de gêneros alimentícios em relação ao país vizinho. Disse que a Venezuela tem um mercado de cinco milhões de pessoas ávidas por consumir esses produtos. "São itens que podem ser trocados por petróleo ou derivados", disse.

Conforme ele, Roraima também vislumbra a possibilidade de se transformar num pólo produtor de sementes com os olhos voltados para o mercado venezuelano. Projetando o futuro, Célio Fonseca disse que essa troca entre os dois países, passando pelo território estadual, vai possibilitar a importação de calcário venezuelano, o que pode resultar na redução do preço do produto. "Os dois lados sairão ganhando", acredita.

Questionado se a aproximação entre Roraima e a Venezuela poderia acontecer em definitivo a partir da visita do governador Flamarion Portela ao país, juntamente com a comitiva do presidente da República, o secretário adjunto respondeu ao estilo Lula: "Relações internacionais é como o namoro de antigamente: cheio de cuidados e sutilezas, com todo mundo olhando".

Na avaliação de Célio Fonseca, os atores envolvidos nesse processo de aproximação estão fazendo a sua parte e o desfecho inevitável será a integração total. Disse que o Estado já mantém um bom relacionamento na área do turismo com o país vizinho, carecendo apenas de um acordo na área de transporte, para que mais turistas venezuelanos possam vir a Roraima com segurança.

Observou, porém, que somente nos primeiro sete meses deste ano o presidente Hugo Chavéz veio ao Brasil pelo menos quatro vezes. Esse contato freqüente - avalia - vai fortalecendo as relações entre os dois países. "De vez em quando acontecem alguns problemas de fronteira, mas isso é normal", disse.

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