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Instituto Socioambiental lança livro com apoio da Noruega

Noruega.org.br
27 de Jan de 2006

Instituto Socioambiental lança livro com apoio da Noruega

Sociedade & Política

ISA lança o livro "Gestão de Associações no Dia-a-dia" para facilitar a organização de comunidades rurais, indígenas, quilombolas ou mesmo da periferia de grandes cidades em associações para buscar a garantia de seus direitos e alternativas de geração de renda.
"Estamos contentes de poder contribuir para a publicação desse livro, que acreditamos ter potencial pra se tornar uma importante ferramenta para as associações indígenas. O desenvolvimento de atividades e o fortalecimento institucional de uma associação são cruciais para o melhoramento das condições de vida da comunidade, já que, no mundo de hoje, o diálogo com os diferentes setores da sociedade, em grande parte é formalizado por meio de associações e outras entidades do tipo", diz Kristian Bengtson, Assessor para Assuntos Indígenas da Embaixada da Noruega.
O desafio de se relacionar com o fazendeiro vizinho, o comerciante da cidade mais próxima, ter acesso aos programas governamentais e aos diferentes mercados para seus produtos está cada vez mais presente na vida de comunidades rurais, indígenas e quilombolas no Brasil. Surge, ao mesmo tempo, a necessidade destas comunidades se organizarem e formarem associações que possam representá-las legal e formalmente na realização de atividades econômicas e na garantia de seus direitos constitucionais. Para ajudá-las nesse passo o Instituto Socioambiental (ISA) lançou no final de dezembro o livro "Gestão de Associações no Dia-a-dia", com dicas e orientações sobre o funcionamento de uma associação, o planejamento de atividades, captação e gestão de recursos, prestação de contas e avaliação dos resultados alcançados.
Livro apresenta comunidade fictícia para falar de situações reais
Escrito pelo cientista social José Strabeli, do Projeto de Capacitação em Gestão do ISA, o livro conta em 144 páginas a estória de uma comunidade fictícia de 87 famílias chamada "Morro Alto" que por muitos anos viveu praticamente isolada do resto do mundo, sobrevivendo da roça, da pesca e que raramente ia à cidade mais próxima trocar peças de artesanato por itens básicos como sabão, vela e sal.
Diz a estória que a comunidade decidiu criar uma associação quando "a situação estava ficando muito diferente dos tempos antigos. Abriram estrada, tinha cidade perto, muitas pessoas tinham comprado sítio ou fazenda ao redor da terra da comunidade. Doenças que eles não tinham começaram a aparecer e eles não as conseguiam curar com as plantas que conheciam. O comércio na cidade não aceitava mais só a palavra como antes, sempre pediam documentos. Apareceram leis e programas do governo que tratavam sobre a situação deles e que precisavam conhecer, discutir com a prefeitura, com o estado e outras organizações da sociedade."
A partir desse enredo de ficção, o livro conta por meio de situações concretas e diálogos entre seus "diretores, assessores e pessoas da comunidade" como a nova associação se organizou, abriu uma conta bancária, contratou um contador e organizou seu arquivo. Relata ainda de que forma seus integrantes fizeram um diagnóstico dos principais problemas locais, planejaram suas atividades, elaboraram um projeto, negociaram e assinaram um contrato. Para isso, indica uma série de etapas a ser cumprida por quem deseja ter uma associação forte e capaz de lidar com os problemas atuais. Aponta, por exemplo, que o primeiro passo é estabelecer um diálogo entre todos os membros da comunidade para que a realidade local seja bem dimensionada e as necessidades das famílias e os direitos coletivos sejam percebidos por todos.
A Norad (Agência Norueguesa para Cooperação Internacional) parabeniza o ISA e José Strabeli pelo belo trabalho realizado ISA/Thomas Haugvaldstad

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