OESP, Nacional, p. A6
20 de Set de 2004
Instituto lança novo índice para medir desenvolvimento do País
DNA Brasil vai levar em conta critérios novos, como meio ambiente, coesão social e violência
Marcos Rogério Lopes
O País ganhou um novo indicador para medir o seu desenvolvimento. O índice DNA Brasil, estruturado pelo Núcleo de Estudos de Políticas Públicas (Nepp) da Universidade de Campinas (Unicamp), foi lançado no fim de semana. É o primeiro passo na intenção de se criar um parâmetro mais abrangente da qualidade de vida no território brasileiro.
Em sua análise, ganham maior importância aspectos até então relegados a segundo plano. Comparado ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, que leva em conta indicadores socioeconômicos de pobreza e riqueza da nação e do povo, o DNA Brasil pretende ir além e utilizar sete dimensões - o IDH é baseado em três.
"Temas como meio ambiente, coesão social e violência atuam diretamente no dia-a-dia das pessoas e costumavam ser ignorados por outros indicadores", explica o jornalista Caio Túlio Costa, presidente-executivo do Instituto DNA Brasil.
Num apelo de mídia, 46 dos 50 representantes de várias áreas de atuação ajudaram a ponderar, dar pesos para 22 índices que já vinham sendo apurados por outros institutos. Após dois dias de discussão, chegou-se ao número de 46,8% da qualidade esperada. Ou seja, faltam 53,2% para o Brasil dar à população o conforto almejado pelos 46 "geniais", como foram chamados os participantes. "Briguei neste evento por mais espaço para o povo e por uma melhor distribuição de renda", disse o coordenador nacional do Movimento dos Sem-Terra (MST), João Pedro Stédile.
Para atingir 100% da meta estipulada, citando apenas dois exemplos, a atual renda per capita brasileira, de US$ 7.770 por ano, deveria triplicar, enquanto a taxa de mortalidade infantil, de 34 óbitos a cada 1.000 nascimentos, precisaria cair para 7,9.
O encontro entre o líder do MST e o ruralista Luiz Hafers foi o mais esperado. De um lado, a luta pela reforma agrária, do outro, um conselheiro da Sociedade Rural Brasileira. "Nós, capitalistas, sabemos construir, mas não aprendemos ainda a distribuir. Os socialistas nunca construíram, logo também não distribuíram nada. Então, quem tem mais direito entre os dois?", provocou Hafers.
OESP, 20/09/2004, Nacional, p. A6
As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.