Instituto de Pesquisa e Formação em Educação Indígena - Iepé

Iepé é o termo tradicionalmente utilizado pelos grupos indígenas das Guianas para designar o amigo e parceiro de troca, nas complexas redes de intercâmbio que esses grupos mantêm entre si. Hoje, também utilizam esse termo para seus assessores e parceiros, evidenciando assim a importância que tem para eles a ampliação da rede de troca de conhecimentos.
Iepé é uma entidade sem fins lucrativos, recém criada para prestar assessoria direta a demandas indígenas de formação e de capacitação, visando o fortalecimento de formas de gestão comunitária e coletiva. O Iepé se propõe a desenvolver ações nas seguintes linhas temáticas:
1. educação: realizar programas de formação de professores indígenas, acompanhamento das escolas, produção de materiais, educação em saúde, educação ambiental e formação em gestão; é através dessas ações de formação que o Iepé se propõe a contribuir ao fortalecimento das organizações indígenas representativas;
2. cultura: promover ações concretas visando a valorização interna das práticas culturais, línguas e conhecimentos indígenas, assim como para garantir a participação das comunidades na difusão desses conhecimentos para públicos externos;
3. gestão territorial e ambiental: realizar ações de capacitação e fomentar a reflexão permanente das comunidades indígenas acerca dos problemas que elas vêm enfrentando para a manutenção de sua qualidade de vida e a perenidade de suas práticas tradicionais de conservação e uso sustentável dos recursos de seus territórios; fomentar a adoção de alternativas econômicas que sejam sustentáveis tanto socialmente como ambientalmente;
4. pesquisa aplicada, voltada à educação indígena e à mudança cultural: promover a reflexão e a sistematização de experiências de antropologia e lingüistica aplicadas, assim como promover a realização de pesquisas para a melhoria dos programas de atuação do Iepé; promover pesquisas em ecologia, visando a instrumentalização e a própria formação dos índios;
5. acompanhamento ativo das políticas públicas relacionadas à questão indígena, em particular as relacionadas à educação (escolar, ambiental e em saúde), e colaboração com órgãos públicos e não-governamentais para implementação de ações mais adequadas aos interesses e às particularidades culturais das comunidades indígenas.
As ações do Iepé serão voltadas inicialmente aos grupos indígenas que vivem na região conhecida como a Guiana Brasileira (Amapá, norte do Pará), onde os sócios-fundadores da entidade acumularam conhecimento ao longo de sua experiência profissional. O programa de trabalho desenvolvido - ao longo dos últimos onze anos - junto aos Wajãpi, com apoio do Centro de Trabalho Indigenista / CTI, está sendo gradativamente transferido para a responsabilidade gerencial do Iepé.
São sócios fundadores do Iepé: Dafran Gomes Macário (biólogo), Denise Fajardo Grupioni (antropóloga), Dominique Tilkin Gallois (antropóloga), Helena Lúcia de Oliveira Sábato (contadora), Juliana Rosalen (antropóloga), Lúcia Szmrecsányi (antropóloga), Luis Donisete Benzi Grupioni (antropólogo), Nadja Havt Bindá (antropóloga).
A assembléia de 22 de setembro de 2002 elegeu a Diretoria do Iepé, como segue: Presidente - Dominique Tilkin Gallois ; Secretária - Nadja Havt Bindá ; Tesoureira - Juliana Rosalen.