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Autor: Rita Torrinha
14 de Mar de 2012
Representantes de instituições ligadas aos povos indígenas reuniram-se na tarde desta terça-feira, 13, no auditório da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), para tratar sobre as atividades, ações e eventos a serem desenvolvidos no Abril Indígena - uma vasta programação que comemora e ressalta a cultura desse povo, que, no Amapá, soma aproximadamente 11 mil pessoas.
Funai, Instituto de Pesquisa Iepé, Casai, Apiwa, Apitu, Sedel, Awatac, Dsei, Semapi, Oinak, Apitikatxi, Secretaria Extraordinária dos Povos Indígenas (Sepi), presidentes de Associações Indígenas, caciques, índios, Coordenação de Preservação do Patrimônio Material e Imaterial (CPMMI) da Secult, que tem como uma de suas vinculadas o Museu Indígena Kuahi, no Oiapoque, estiveram presentes na reunião.
A elaboração do projeto, segundo a coordenadora da CPMMI, Neidiane Sucupira, perpassa por construir ações de cunho social, educativo e de lazer.
"É necessário que se tenha atividades culturais que já são referência dentro do projeto há anos, porém os índios querem mais. Eles querem discutir sua inserção política e social, querem ter oportunidade de falar com as autoridades para expor suas necessidades e ansiedades, querem que sua cultura seja entendida, respeitada e multiplicada dentro das escolas. Por isso temos de desenvolver ações que alcancem tais objetivos, ou pelo menos começar a plantar as sementes", enfatizou.
A Sepi apresentou na reunião uma pré-proposta, contendo programações a serem realizadas na capital - com exposições, encontros com autoridades e outros, e eventos a ocorrerem dentro das terras indígenas da aldeia Curupi, localizada em Oiapoque; na aldeia Bona, no Abril Tiriós, no extremo Norte do Pará, fronteira com o Suriname, mas que é assistida pelo Amapá.
Para o cacique Aritna, do Parque do Tumucumaque, o Dia do Índio, festejado em 19 de abril, é uma data importante, sobretudo para repensar a condição desse povo na sociedade.
"A Semana do Índio é importante para valorizar nossa cultura, eu espero que a gente possa organizar bem, para que não seja somente momento de festa, mas principalmente de podermos discutir sobre melhorias na saúde, educação, meio ambiente", ponderou.
"A elaboração do projeto das comemorações do Abril Indígena está sendo lapidada com a participação de diversas entidades e instituições, para que justamente o projeto final atenda aos anseios dos indígenas e traga à população 'branca', como eles se referem a nós, um pouco mais sobre a rica cultura e o legado desse povo", finaliza Neidiane Sucupira.
A programação deve ser fechada nos próximos dias. O Amapá abriga nove etnias indígenas, distribuídas em 137 aldeias nas terras indígenas de Uaça, Juminã e Galibi (Oiapoque), Wajãpi (que abrange Pedra Branca do Amapari, Serra do Navio e parte de Laranjal do Jari) e no Parque Indígena do Tumucumaque, terras paraenses, mas que são atendidas pelo Amapá.
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