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Instalada na Câmara Frente Parlamentar da Silvicultura

Agência Câmara-Brasília-DF
17 de Jun de 2003

Parlamentares, representantes de órgãos públicos e empresários dos setores de siderurgia, moveleiro, madeira sólida e de reflorestamento participaram nesta terça-feira (17) na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), do ato de instalação da Frente Parlamentar da Silvicultura. O presidente João Paulo Cunha informou, durante o ato, que a Câmara vai criar um grupo de trabalho para discutir o "polêmico e complexo" projeto da Mata Atlântica e espera que se estabeleça um consenso que preserve o meio ambiente e ao mesmo tempo permita a atividade econômica.

A frente deverá atuar na manutenção e manejo florestal, principalmente no reflorestamento, setor responsável por 3% do PIB, conforme informação do deputado Francisco Appio (PP-RS). Suprapartidária, a Frente Parlamentar vai defender o uso sustentável e racional de florestas na fabricação de celulose, móveis, chapas e aglomerados e madeira para uso na construção civil. De acordo com o deputado Gervásio Silva (PFL-SC), o setor ainda precisa de políticas de incentivo e uma legislação que garanta o crescimento econômico do segmento, que também tem grande importância social.

O líder do PFL, deputado José Carlos Aleluia, membro da Frente Parlamentar do Meio Ambiente, elogiou a criação da frente e afirmou que não há incompatibilidade entre sua atuação em defesa das questões ambientais e seu apoio à Frente da Silvicultura.

IMPACTO ECONÔMICO

O presidente da Associação Brasileira das Empresas Florestais, Marcílio Caron, que participou do ato de instalação da Frente da Silvicultura, afirmou que é preciso construir uma política setorial de longo prazo e que o setor de silvicultura exporta R$3,35 bilhões por ano. Ele sugeriu a criação de uma Secretaria Nacional de Silvicultura. Caron disse que o setor pode gerar mais 2,5 milhões de empregos em 10 anos.

O deputado Francisco Turra (PPB-RS) afirmou que apóia a transferência da área de silvicultura do Ministério do Meio Ambiente para o da Agricultura, com o objetivo de garantir a inserção comercial da produção do setor como ocorreu com a pesca. Turra disse também que o setor gera 30 bilhões de reais por ano e um milhão e 300 mil empregos diretos.

O representante do Ministério da Agricultura, Carlos Cavalcante, afirmou que o consumo de madeira cresce 5% ao ano e seriam necessários a plantação de 500 a 600 mil hectares por ano para suprir a demanda. O empresário do setor de madeira, papel e celulose, José Carlos Pizzani, alertou que há um clima de "animosidade" entre os órgãos públicos da área de meio ambiente e os silvicultores. Ele acredita que é preciso um esclarecimento maior sobre as atividades do setor e a importância econômica da Silvicultura.

MATA ATLÂNTICA

O deputado Zonta (PPB-SP) anunciou, durante o ato, que vai apresentar um projeto de lei complementar sobre a Mata Atlântica para estimular o programa florestal de geração de emprego e renda. Ele também quer que esse programa seja incluído no Fome Zero. Já o deputado Cezar Silvestri (PPS-PR) alertou que o Projeto de lei 3285/92, do ex-deputado Fábio Feldman, que trata da exploração sustentável da mata Atlântica, vai inviabilizar a agropecuária e as atividades silvícolas. O projeto amplia a definição de Mata Atlântica, em cuja área não se pode fazer pastagens ou projetos de reflorestamento.

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