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Inpa inaugura exposição de índios empreendedores

Estado de S.Paulo-São Paulo-SP
Autor: Liana John
30 de Abr de 2003

Os produtos artesanais e alimentares de 100 comunidades indígenas do Amazonas estão expostos em Manaus, para divulgar projetos sustentáveis

Comunidades indígenas procuram ampliar mercado para seu artesanato.

Cerca de 500 artesãos e agricultores indígenas, de 100 comunidades do Amazonas, reuniram seus produtos na exposição "Diversidade Cultural dos Povos da Amazônia Brasileira", aberta hoje ao público, em Manaus. A exposição é uma parceria com o Instituto Nacional da Pesquisas da Amazônia (Inpa) e fica no Paiol da Cultura, Bosque da Ciência, até o próximo dia 25 de maio. Depois deve seguir para o Centro de Cultura de Manaus e para outras capitais, como Porto Alegre, Florianópolis e Belo Horizonte. O objetivo é transformar em negócios os projetos de exploração sustentável dos recursos locais, através da divulgação do diversificado modo de vida indígena e dos produtos de seu artesanato - sobretudo cestaria e bijuterias - e de alimentos como o óleo e a farinha de babaçu.

Os produtores indígenas estão organizados em 35 grupos das etnias ticuna, baniwa, baré, tucano, saterê-maué e mura, todos ligados à Associação de Produção e Cultura Indígena Yakinõ, que existe há um ano. Yakinõ é uma palavra da língua skariana, que quer dizer "trabalho coletivo". "Na exposição mostramos como os produtos são feitos e, no caso da farinha de babaçu, também para o que serve, como usamos em mingaus, bolos e salgados", explica Ismael Tariano, coordenador da associação, que tem membros em 8 municípios amazonenses: Benjamin Constant, São Paulo de Olivença, Barcelos, Humaitá, São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio Negro, Autazes dos Muras e Parintins.

Alguns pesquisadores do Inpa, como Patrícia Machado, da Coordenadoria de Extensão, vem auxiliando na organização da produção e capacitação dos artesãos e produtores, além de realizar o levantamento das línguas indígenas faladas na Amazônia - são cerca de 180 línguas diferentes, em todo o Brasil - e reunir dados sobre localização e população de cada etnia. Estas informações, futuramente, deverão constar de um acervo permanente do instituto sobre os povos indígenas.

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