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INGARIKÓ - Índios discutem fiscalização da fronteira

Folha de Boa Vista
Autor: Cristina Oliveira
12 de Out de 2007

Programas de desenvolvimento sustentável, gestão territorial e fiscalização da faixa de fronteira estarão na pauta da IX Assembléia Geral e IV Assembléia do Conselho do Povo Indígena Ingarikó (Coping). O evento começa na próxima segunda-feira, na Comunidade do Manalai, na Serra do Sol, e encerra no dia 17.

Segundo o presidente do Coping, Dílson Ingarikó, o encontro vai reunir 600 lideranças indígenas dos povos Ingarikó, Macuxi, Taurepang, Patamona e Wakawayo, vizinhos às faixas de fronteira. Também haverá a presença de 36 convidados não-indígenas do Ibama, Funai, Ministério da Justiça, Ministério do Meio Ambiente, Instituto Chico Mendes e Secretaria Estadual de Educação, Cultura e Desportos. "A preocupação maior do encontro é discutir a convivência sócio-política indígena de Roraima. Por estarmos na faixa de fronteira, é preciso debater como vamos trabalhar os grupos que vivem nessas áreas", afirma Dílson.

Uma das metas da assembléia é definir como será feito esse trabalho, dentro de um programa de fiscalização da faixa de fronteira. De acordo com o presidente do Coping, um dos objetivos desse trabalho será capacitar jovens das oito comunidades indígenas que compõem o povo Ingarikó para atuarem como vigilantes nessas áreas. "Estamos preocupados com a movimentação de pessoas estranhas na nossa área, motivadas pelas atividades de mineração na fronteira da Guiana com o Brasil. Eles estão chegando muito próximos da faixa de fronteira. Outra preocupação é o trânsito de pesquisadores e turistas que entram pela Guiana. Precisamos encontrar uma forma de controlar essa situação, o que será discutido durante a assembléia", explica Dílson.

Outros pontos a serem debatidos entre os participantes serão os programas de desenvolvimento sustentável, educação ambiental, gestão territorial e etnodesenvolvimento voltados para a região onde vive o povo Ingarikó, no extremo Norte de Roraima. Também haverá a continuação das negociações referentes à formação do grupo de trabalho que vai gerir o Parque Nacional Monte Roraima. "Vamos discutir a implantação de um projeto de ecoturismo para a região", afirma o presidente da Coping.

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