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Inea amplia área de fiscalização para combater desmatamento

O Globo - http://oglobo.globo.com/
Autor: Giselle Ouchana
25 de Jun de 2018

Inea amplia área de fiscalização para combater desmatamento
POR GISELLE OUCHANA 25/06/2018 5:25 / atualizado 25/06/2018 15:01

Órgão detectou 580 irregularidades. Rio é o município com mais ocorrências

RIO - A partir de julho, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) aumentará em 42% a área de fiscalização no estado para combater o desmatamento. A decisão é motivada pelo projeto Olho no Verde, que detectou 580 pontos de supressão de vegetação e intervenções irregulares desde 2016, quando o monitoramento por geotecnologia começou. Desde então, sete mil quilômetros quadrados da Mata Atlântica, que cobrem 30% do Rio, são monitorados por satélites. A área fiscalizada chegará a dez mil quilômetros quadrados.

O Rio é o município mais atingido pelo desmatamento irregular, com 78 situações detectadas, seguido por Paraty, com 72 registros. Campos (35), Cachoeiras de Macacu (32), Silva Jardim (32), Rio Claro (29), Rio Bonito (25), Mendes (24), Nova Friburgo (23) e Mangaratiba (21) completam a lista das regiões mais afetadas.

No município do Rio, as ações ilegais ocorrem especialmente em bairros da Zona Oeste cortados pelo Maciço da Pedra Branca, como Recreio, Barra, Vargens, Jacarepaguá, Taquara e Campo Grande. O desmatamento ocorre sobretudo devido ao avanço de grandes empreendimentos e loteamentos. Nas áreas rurais, o crescimento dos pastos é o que mais prejudica a vegetação.

O objetivo do projeto é atingir o "desmatamento zero" - a perda de vegetação de, no máximo, cem hectares por ano, conforme estabelecido pela Fundação SOS Mata Atlântica, que combate o desmatamento há mais de 40 anos. Subsecretário de gestão ambiental da Secretaria de Ambiente do estado, Rafael Ferreira explica que a metodologia é a principal referência para alcançar esse objetivo.

- É o nosso parâmetro, a meta que queremos alcançar. Claro que pretendemos reduzir os números efetivamente, ou seja, não ter praticamente perda alguma. Mas usamos esse parâmetro para nos orientar e avaliar os efeitos do projeto - afirma, reforçando que placas viárias estão sendo instaladas informando o monitoramento nas áreas de preservação.

Em pelo menos 60% dos casos detectados pelos fiscais houve uma atuação administrativa, entre notificações, multas e embargos. Nas demais, afirma o subsecretário, ninguém foi identificado como responsável. O controle envolve a Coordenação Geral de Fiscalização do Inea, as superintendências regionais, equipes das unidades de conservação estaduais, o Comando de Polícia Ambiental (CPAm), e a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA).

HELICÓPTERO E DRONE AJUDAM VIGILÂNCIA

Ilha Grande, em Angra dos Reis - município que ocupa a 12ª posição no ranking de maior desmatamento no estado, o controle é feito com o auxílio de drone. As condições climáticas da região são desfavoráveis para o acompanhamento por satélite por ter nebulosidade em 70% do ano.

- Na Costa Verde, o crescimento desordenado é muito grande e é uma área muita rica em verde, portanto, qualquer coisa que se faça, atinge a vegetação. Qualquer movimento de 100 ou 200 metros já é muito considerado para a região - ressalta Ferreira, que comemora o uso da ferramenta.

As vistorias são ainda mais eficientes quando da utilização de aeronaves. O auxílio aumenta em três vezes o poder de fiscalização. Num só dia, por exemplo, cerca de 30 áreas são conferidas através de sobrevoo.Apesar de os números ainda serem alarmantes, já foi possível observar uma redução nos alertas dos satélites. A frequência dos sinais costuma ser mais alta nos meses com pouca chuva, de junho a setembro.

Qualquer pessoa pode denunciar desmatamento na Mata Atlântica através do Linha Verde do Disque-Denúncia, pelo telefone 2253-1177. Entre 2016 e a primeira quinzena de junho deste ano, o órgão recebeu 1.676 ligações.

O Globo, 25/06/2018, Rio, p. 9

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