Folha de Boa Vista
24 de Ago de 2007
Ao todo, 35 indígenas da etnia yanomami estão participando do curso de formação para o magistério em Roraima. A qualificação é ofertada pela CCPY (Comissão Pró-Yanomami) e conta com a participação de técnicos da Secretaria de Educação do Estado. Os índios atuam como leigos em 26 das 30 escolas situadas em áreas indígenas que foram reconhecidas pelo governo roraimense e passaram a ficar sob a responsabilidade da educação estadual.
Desde o dia 19 de agosto, os indígenas recebem as orientações que constam da oitava etapa do curso de magistério voltado para índios. A formação de professores indígenas pela CCPY faz parte do projeto Yarapiuari, que quer dizer "espírito do sabiá". A ação tem por finalidade qualificar os yanomami para atuarem dentro da reserva junto aos seus iguais, onde a entrada de não-índios é restrita. O término dessa etapa da qualificação está previsto para 14 de outubro.
As lições e informações do curso são repassadas em português pelos formadores e traduzidas para a língua materna dos indígenas pelo professor Anselmo Xiropino Yanomami. É dele a responsabilidade de interpretar os conteúdos e traduzi-los de forma inteligível para os cursandos. O oitavo módulo do curso está acontecendo na comunidade Canauami, a 25 quilômetros de Boa Vista. A escolha tem por objetivo promover o intercâmbio dos yanomami com índios de outras etnias, como os macuxi, por exemplo.
Como as escolas em que os yanomami atuam agora estão sob a jurisdição da Secretaria de Educação de Roraima, a CCPY convidou os diretores e chefes de departamentos e divisões para repassarem informações sobre o funcionamento da pasta. Roraima é reconhecido pelo Ministério da Educação como modelo em educação indígena no país. Mais de 50% das cerca de 400 escolas da rede estadual de ensino ficam situadas em áreas indígenas. Uma das metas da Secretaria de Educação, conforme o secretário Luciano Moreira, é criar o Conselho de Educação Indígena ainda este ano.
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