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Índios Wajãpi do Amapá se candidatam a prêmio da Unesco

Site da Funai
30 de Ago de 2002

Os índios Wajãpi (lê-se uaiãpi), do estado do Amapá, participaram nesta manhã, da cerimônia de entrega do dossiê de candidatura à Segunda Proclamação das Obras Primas do Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade, realizada no Ministério da Cultura, em Brasília. O dossiê traz informações sobre a cultura Wajãpi e concorre a um prêmio disputado por trabalhos culturais de representantes de vários países. O trabalho foi elaborado pela antropóloga da Universidade de São Paulo, Dominique Tikin Gallois, com a coordenação do Museu do Índio/Funai e recursos cedidos pela Unesco. Na cerimônia estavam presentes o cacique Kumaré Wajãpi, o índio Aikyry Wajãpi, coordenador do Conselho das Aldeias - APINA-, o presidente da Funai, Artur Nobre Mendes, o presidente do Museu do Índio, José Carlos Levinho, o secretério-executivo do Ministério da Cultura e representante da Unesco, Jorge Werthein, o chefe de gabinete do Ministério da Cultura, Sérgio Arruda, além de representantes do Itamarati, Funai e Iphan.

A obra indígena que está concorrendo ao prêmio é composta pelo dossiê e um livro sobre a pintura corporal (kusiwa), a arte gráfica e a tradição oral Wajãpi. Com a divulgação desse material espera-se a revitalização da cultura Wajãpi. O coodenador da APINA, Aikyry Wajãpi, lembrou que a preocupação com o patrimônio material e imaterial de seu povo é essencial para que a etnia perpetue seus costumes. O cacique Kumaré destacou que os índios mais velhos estão preocupados com a cultura que vem sendo esquecida pelos índios jovens por influência não-índia. A ajuda dos órgãos ligados à preservação cultural é considerada importante para resgate da cultura e costumes dos índios.

O representante da Unesco, Jorge Werthein, salientou que na era da globalização é essencial o respeito às culturas específicas, e não se pode negligenciar o conhecimento indígena. Lembrou também que a cultura Wajãpi compõe a diversidade cultural do Brasil, e por isso deve ser respeitada e não vítima de abusos.

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