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10 de Fev de 2010
Uma reunião realizada às 17h de ontem definiu a escolha de dois representantes de cada etnia indígena do Xingu, representadas no ato que tomou o Campus da Universidade Federal do Pará (UFPA) em Altamira, para viajar até Brasília e negociar com a presidência da Fundação Nacional do Índio (Funai) as mudanças administrativas ocorridas no órgão. A comissão, formada por mais de 20 pessoas, viaja hoje ou amanhã, com passagens aéreas bancadas pela Funai.
Dependendo das negociações que o grupo conseguir na capital federal, os manifestantes, podem ou não desocupar o Campus da UFPA, onde funciona a sede da Funai. Eles estão no local desde a última quinta-feira.
De lá pra cá a manifestação vem recebendo novos reforços trazidos das aldeias do Xingu, das etnias Araras, Assurinis, Arawetés, Juruna, Kuruaya, Kayapó, Parakanã, Xipaya e Xikrin. No fim de semana, eles tomaram as instalações do campus, obrigando a coordenação a suspender todas as atividades internas. Ontem, chegaram ao local mais 130 índios para engrossar a manifestação que agora reúne em torno de 250 pessoas.
O manifesto é contra o decreto 7.056 de 28 de dezembro de 2009, no qual a presidência da Funai apresenta a proposta de reestruturação do órgão, fechando diversos escritórios do órgão no Brasil inteiro, inclusive o de Altamira, cuja jurisdição passaria para Marabá. De acordo com os líderes do protesto, os serviços prestados pelo Funai na região do Xingu são de extrema importância. "Como vamos ficar sem apoio para o que precisamos?", questionou um cacique Kaiapó. O atendimento à saúde, à educação, entre outras necessidades, segundo eles, está comprometido. "Só queremos nossos direitos", disse Paulo Kuruaia.
De acordo com o presidente do Conselho Indígena do Xingu, Luís Xipaia, "se não houver acordo com o governo, nos próximos dois dias, mais de cinco mil índios estão descendo das aldeias para reforçar os protestos".
PROPOSTA
Os índios não aceitam apenas uma coordenação técnica que, segundo eles, é o objetivo da presidência da Funai. Eles querem uma administração indígena. De acordo com as lideranças, se implantada a coordenação técnica, todos ficariam subordinados a Marabá, sede longe, e que não tem como acompanhar de perto a realidade diária do Xingu que hoje possui 9 etnias espalhadas em 18 aldeias.
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