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03 de Mar de 2010
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Disputa de terra
O clima é tenso na região. As ameaças entre índios e fazendeiros aumentaram depois que os tupinambás ocuparam a fazenda em Buerarema, no sul da Bahia. Mesmo após a Justiça ter determinado a reintegração de posse, eles insistem em permanecer no local.
"Nós não saímos da terra. A gente morre aqui. Eles não vao viver o resto da vida aqui. Nós não. Nós precisamos da terra para viver o resto da vida aqui dentro", falou José Aelson Silva, índio tupinambá.
Com medo, muitos produtores rurais estão deixando a região. No último conflito houve troca de tiros. Pelo menos quatro pessoas ficaram feridas. Na estrada que da acesso à fazenda ocupada pelos índios foi encontrado um carro incendiado. O veículo teria sido abandonado durante o tiroteio.
Apesar das evidências e do clima de hostilidade, os dois lados negam que estejam armados. A suspeita de que a cidade também seria invadida pelos índios mobilizou vários agentes federais. Eles fizeram bloqueios em estradas rurais e revistaram veículos em busca de armas.
Cerca de três mil índios tupinambás vivem entre os municípios de Buerarema, Una e Ilhéus. A violência na região cresceu depois que a Fundação Nacional do Índio divulgou um parecer de reconhecimento de território. A tribo teria direito a 47 mil hectares, quase dez vezes mais do que a área que ocupa hoje de cinco mil hectares. O laudo da Funai é contestado pelos fazendeiros.
"Foi um relatório feito aleatoriamente, sem consulta às partes que aqui vivem", disse o fazendeiro Alfredo Falcão.
A área em disputa reúne mais de 600 propriedades. A maioria produz cacau.
O laudo da Funai que reconhece que a terra pertence aos índios foi publicado no segundo semestre do ano passado.
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