Correio do Estado-Campo Grande-MS
12 de Out de 2002
Depois de mais de 12 horas, dois funcionários da Prefeitura de Sidrolândia, a 66 km de Campo Grande, foram liberados pelos índios terenas da Aldeia Córrego do Meio. Eles eram reféns dos indígenas que estavam revoltados com a mudança de diretoria na escola. O diretor, o terena Samuel Dias, seria exonerado, segundo afirmou o administrador da Funai em Campo Grande, Márcio Justino, por questões políticas.
A notícia de que seria apenas um funcionário, conforme divulgado ontem, foi corrigida pelo administrador depois do fim das negociações, por volta da zero hora de sexta-feira, com representantes da Secretaria Municipal de Educação de Sidrolândia que estiveram no local. O acordo entre indígenas e secretaria é que a partir de agora qualquer alteração na escola, localizada dentro da reserva, será discutida com os caciques.
Márcio Justino lembra que não havia nenhuma ordem oficial para exonerar o diretor da escola. "O que havia era rumores", explica. No entanto, na manhã de quinta-feira, dois funcionários da Secretaria Municipal de Educação foram à aldeia buscar o diretor para uma reunião na secretaria, A atitude gerou a desconfiança dos indígenas, que impediram a saída dos dois funcionários.
Demarcação de terras
Há dois anos, os terenas de Sidrolândia protagonizaram outro caso semelhante. O motivo, na época, era a falta de demarcação nas terras da aldeia. No local, vivem 1.578 mil índios que moram em uma reserva de 2.090 mil hectares, dividida em quatro aldeias: Buriti, Córrego do Meio, Água Azul e Lagoinha. A área está localizada entre os municípios de Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti.
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