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Indios se unem ao MST para abril vermelho

OESP, Nacional, p.A14
31 de Mar de 2005

Índios se unem a MST para o abril vermelho
Organizações de defesa dos indígenas e MST querem pressionar o governo
Roldão Arruda
Colaboraram: Biaggio Talento e Angela Lacerda As organizações de defesa dos direitos indígenas vão realizar uma série de manifestações durante o mês de abril, para protestar contra a política indigenista do governo Luiz Inácio Lula da Silva. O Abril Indígena, como foi denominada a operação, deverá culminar com um acampamento na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
A decisão das ONGs faz parte da estratégia dos movimentos sociais de concentrar ações em certos períodos do ano, para intensificar a pressão sobre o governo. O Abril Indígena soma-se ao chamado Abril Vermelho, das organizações de sem-terra, que prometem intensificar as ocupações de terras no mês.
De acordo com o Manifesto de Abril, que será lançado hoje em Brasília pelo Fórum em Defesa dos Direitos Indígenas, a política para o setor é marcada pelo "descaso e continuísmo". O governo Lula chega a ser classificado no manifesto como "antiindígena".
Ontem, em diversos pontos do País, os sem-terra já começaram a se movimentar. Em Juazeiro, no norte da Bahia, um grupo de 500 trabalhadores ligados ao MST invadiu uma área da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf). No dia anterior, outro grupo do movimento havia invadido a Fazenda Vitória, em Itabuna, sul do Estado.
Em Pernambuco, o Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST) interditou ontem pela manhã as rodovias BR-232, em Caruaru, e BR-101, no trecho do município de Santo Agostinho, na região metropolitana de Recife. Uma das faixas expostas na manifestação em Caruaru dizia: "Palocci quer enterrar a reforma agrária e sucatear o Incra".
PRISÕES
No Paraná, a polícia prendeu três sem-terra que estavam acampados na região noroeste do Estado. Eles são acusados de terem participado do saque de três caminhões carregados de alimentos.

Rossetto diz que não atingirá meta
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, informou ontem que o corte de R$ 2 bilhões no orçamento da pasta inviabiliza o alcance da meta do governo de assentar 115 mil famílias este ano e de 400 mil até o fim do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em depoimento na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado, ele disse que disporá, em 2005, de apenas 75% dos recursos investidos no ano passado, quando as metas já não haviam sido alcançadas.

OESP, 31/03/2005, p. A14

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