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Índios são novos guardiões de lixão

Correio do Estado-Campo Grande-MS
Autor: Antonio Viegas
27 de Mai de 2002

Depois de denúncias de indígenas no aterro sanitário de Dourados catando restos de comida, prefeitura decidiu contratá-los para evitar esse problema

A Prefeitura de Dourados decidiu recontratar guardas para tomar conta do lixão e impedir a entrada de pessoas no local, depois de várias denúncias sobre a presença de indígenas no aterro sanitário, a última delas registrada na sexta feira, quando o Correio do Estado flagrou mais de 30 indígenas, entre mulheres e crianças, garimpando restos de alimento. A novidade é que para resolver o problema social da comunidade indígena os índios serão contratados pela administração municipal para fazer esse trabalho.
Na administração municipal anterior foi efetivado um convênio com a Funai para contratação de índios. Seis indígenas, ganhando um salário mínimo, foram colocados à disposição no aterro sanitário apenas para impedir que pessoas buscassem restos de comida. Mas há mais de dois meses esse convênio foi encerrado e a prefeitura demitiu os guardas, deixando o lixão novamente desguarnecido.
A procuradora da Funai Ana Maria de Carvalho, que esteve em Dourados fazendo levantamentos sobre a miséria nas aldeias locais, pôde constatar o fato e o assunto repercutiu nacionalmente. Na semana passada, novamente o problema veio à tona com a imprensa flagrando mais de 30 pessoas no local. Com isso o prefeito Laerte Tetila (PT) decidiu recolocar quatro guardas índios para fazer a segurança na área.
A situação do aterro sanitário de Dourados, que já é critica pela irregularidade em termos de localização, transforma-se em mais um problema por estar justamente na divisa da reserva indígena. A presença de índios não tem como ser controlada pelos funcionários da prefeitura, eles ficam escondidos no mato esperando a chegada dos caminhões. No momento em que é feita a descarga do lixo, os índios invadem e pegam aquilo que podem levar embora para casa, como, por exemplo, alimentos.

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