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Índios são barrados

Diário do Nordeste-Fortaleza-CE
19 de Ago de 2001

Comunidades indígenas denunciam que foram barradas pela polícia na sexta-feira, quando se dirigiam à Secretaria da Educação Básica (Seduc), no Cambeba. As lideranças indígenas afirmam que foram destratadas pelos policiais.

Numa conversa que tiveram com a diretora pedagógica da Seduc, Lindalva do Carmo, ela anunciou que seria realizada uma reunião dia 23, com as comunidades e o sub-secretário Jaime Cavalcante.

O coordenador da Articulação dos Povos Indígenas no Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo, Ricardo Dourado, afirma que 40 professores que atuam nas aldeias estão sem receber salários desde fevereiro. Ouvido pela reportagem, Jaime Cavalcante nega que as comunidades foram barradas. Afirma que estava viajando com o secretário, por isso não pôde receber os representantes.
Curso forma professores em culturas indígenas
O Núcleo de Formação do Educador da Secretaria da Educação Básica do Ceará (Seduc) inicia hoje o Curso de Formação para o Magistério Indígena, no Hotel Porto DAldeia. Participam 137 pessoas, dentre educadores, lideranças indígenas e técnicos da Seduc. Os Credes de Acaraú, Baturité, Crateus, Canindé e Maracanaú já possuem escolas diferenciadas que respeitam a etnia entre seus alunos.
Os participantes vão ser habilitados para atuar numa escola que repassará valores indígenas. O curso totaliza 3.200 horas, sendo a primeira fase ministrada pela socióloga Marivânia Leonor Furtado Ferreira (da Secretaria de Educação do Maranhão), o historiador Francisco José Pinheiro (do Departamento de História da UFC) e o consultor José Cordeiro Oliveira

Conforme a diretora do Núcleo de Formação do Educador, Nohemy Rezende, essa formação voltada para a realidade indígena não segue os parâmetros convencionais, sendo pautada principalmente pela pesquisa e voltada para a realidade, de forma a utilizar os conhecimentos interdisciplinares na resolução dos problemas práticos da comunidade.

ÍNDIOS — Representantes das tribos Tapeba, Pitaguari e Jenipapo-Canindé visitaram ontem a redação. Eles alegam que o Curso de Formação prioriza as tribos não reconhecidas. A presidente da Associação dos Tapeba, Ivonilde Silva, diz que desde 98 a comunidade começou a preparar professores e que o projeto está em fase de aprovação pelo MEC. A Seduc não está tendo nenhum compromisso com os povos reconhecidos. A reportagem tentou um novo contato com a diretora do NFE, que havia concedido entrevista na sexta. Mas seu celular estava desligado.

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