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Autor: Davi Venturino
11 de Dez de 2007
Avaí - Assim como outros órgãos federais, a Prefeitura de Avaí (39 quilômetros de Bauru) deve receber um documento oficial com as reivindicações feitas por lideranças indígenas da Aldeia Araribá.
Elas pedem soluções para alguns problemas que, segundo as lideranças, estão ocorrendo na Reserva. A administração municipal, no entanto, garante que vem atendendo às solicitações dos índios.
A promessa de entrega das reivindicações foi feita com a chancela do juiz federal Roberto Lemos dos Santos Filho, da 3.ª Vara da Justiça Federal de Bauru; e do procurador federal Renato Cestari, após se reunirem com nove índios na última segunda-feira.
Eles os convencerem a cumprir a ordem judicial de reintegração de posse e deixarem pacificamente a sede regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Bauru ocupada no sexta-feira passada.
Os índios acreditam que alguns dos problemas apontados podem ser resolvidos pela Prefeitura de Avaí. Eles alegam que sofrem prejuízos por causa do escoamento de água da estrada João Germano Bertini, no quilômetro 19, que estariam assoreando o Córrego Araribá.
Outro problema apontado, segundo eles, são os transtornos causados pela forma de manutenção em estradas que cortam as terras indígenas em Avaí.
Segundo os índios, a terra retirada em trabalhos de manutenção seria jogada nas áreas da Reserva de Araribá, preservando-se as áreas dos proprietários não-indígenas.
Mata ciliar
De acordo com a engenheira agrônoma da prefeitura, Renata Silva Reis, o problema de assoreamento no Córrego Araribá não ocorre simplesmente por causa da rodovia, mas sim por vários fatores. O principal deles seria a falta de uma mata ciliar nas margens do rio. "Além do manejo inadequado do solo para cultivo de culturas. Isso tudo foi causando a degradação do Córrego", aponta.
Segundo a agrônoma, os próprios índios vêm fazendo um trabalho com a Funai e ONGs para recomposição da mata ciliar.
"O Córrego Araribá está praticamente quase que desprotegido de matas ciliares. Eles estão fazendo um trabalho com a Funai de recomposição da mata ciliar e isso envolve uma monte de coisa para tentar reverter este processo (de assoreamento)", comenta.
A agrônoma lembra ainda que a manutenção da estrada vicinal que liga Avaí a Duartina passou a ser responsabilidade do Departamento de Estradas e Rodagem (DER).
Ela argumenta que desconhece a existência de transtornos causados pela manutenção em estradas que cortam as terras indígenas e que alguém esteja sendo jogando terras nas áreas da Reserva Araribá.
"Isso eu desconheço até porque a própria estrada que corta a aldeia é uma estrada municipal e ela existe há muitos anos", diz.
Ajuda
A funcionária da administração ressalta que a prefeitura, sempre que solicitada, atende aos interesses dos índios.
"A prefeitura está quase que semanalmente cedendo ônibus para eles. Seja para fins religiosos ou encontros ou seja para jogos esportivos. A prefeitura tem um ônibus que toda sexta-feira pega os índios e traz até a cidade para que eles possam fazer serviços bancários, ir ao supermercado", explica a engenheira.
Segundo ela, a administração também doou hora máquina de trator para que cada aldeia possa realizar serviços que exigem o maquinário. 'Tudo que eles solitam, na medida do possível, a Prefeitura de Avaí procura ajudar", argumenta.
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