O Liberal-Belém-PA
17 de Out de 2002
Os cerca de 200 índios xicrin que haviam ocupado na terça-feira, 15, uma das minas de extração de minério da Companhia Vale do Rio Doce, em Carajás, já desocuparam o local, depois de negociar com a empresa o adiantamento de R$ 400 mil. O dinheiro será usado pelos índios para pagar dívidas no comércio de Parauapebas e Marabá. A Vale também liberou mais R$ 40 mil para a tribo comprar alimentos.
O dinheiro liberado para os índios, segundo o diretor de Meio Ambiente da Vale, Maurício Reis, faz parte de um convênio que a empresa mantém com os índios. O que houve foi uma antecipação do dinheiro por conta de pagamentos futuros. Reis garantiu que o protesto dos xikrins foi pacífico e que não houve prejuízos à Vale.
A empresa informou que está rigorosamente em dia com os repasses de verbas previstos no convênio firmado com a Associação Indígena Bep noi, para apoio à comunidade xikrin. Este convênio prevê dotações orçamentárias para educação, assistência à saúde, atividades produtivas, vigilância da reserva e administração, com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável da comunidade.
A manifestação dos índios, segundo a Vale, não gerou nenhum incidente e não trouxe impactos à produção, que se manteve normal durante todo o dia. "Cabe destacar que a Vale não tem nenhuma obrigação legal de designar recursos para as comunidades indígenas e o faz de modo espontâneo e voluntário", informou a empresa.
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