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Índios querem construir aldeia urbana no Araguaia

Olhar Direto (MT) - http://www.olhardireto.com.br/
Autor: Ronaldo Couto
20 de Abr de 2010

Não existe uma pesquisa oficial sobre isso, mas é grande o número de indígenas que trocam as aldeias pelas cidades. Em Barra do Garças e Aragarças (GO), no Vale do Araguaia, é possível ver a todo instante indígenas circulando pelas ruas. Alguns já se mudaram para cidade e constituindo até famílias com os brancos.

É o caso Eliana Ferreira Carajá Martins, que é filha de carajá com branco. Ela conta que saiu da aldeia com 9 anos de idade e se mudou para a cidade de Goiânia e depois Aragarças. Eliana Carajá ao lado de sua filha, Lidiane Biconaki Carajá Lemes, 20 anos, montou a Associação Indígena Ijylyhina do Vale do Araguaia para resgatar a história da etnia carajá.

Eliana elaborou um projeto para construir uma aldeia urbana com apoio do governo federal para preservar os costumes e hábitos do povo carajá, que reside na aldeia do Bananal, na divisa de Mato Grosso e Pará. Eliana explicou que o povo carajá diminuiu muito nos últimos anos e tem uma população de 980 carajás na aldeia Santa Izabel e que ele tem cadastrado 130 que moram nas cidades. "O projeto da aldeia urbana vai resgatar a história do nosso povo e da comunidade indígena do Araguaia" frisou.

A associação Ijylyhinã trás o sobrenome do seu avo Cassiano falecido há 8 anos. Em comemoração ao Dia do Índio, Eliana e sua filha Lidiane estiveram participando de uma amostra cultural na cidade de Aragarças falando sobre a cultura do povo indígena. Ela pediu apoio do prefeito Marcos Antônio(PT) para intervir junto ao governo federal para construir a aldeia urbana. Na amostra, ela apresentou fotos de sua aldeia participando do Hetoraka, cerimônia de iniciação dos adolescentes dentro da tradição carajá.

Eliana criticou também o comportamento de alguns brancos com relação aos índios principalmente nas cidades pequenas onde eles oferecem bebida alcoólica e atraem jovens adolescentes para prostituição. Segundo ela, isso acontece muito na cidade de Luciara, às margens do rio Araguaia próximo a Ilha do Bananal. "Nossa comunidade é muito pobre e alguns jovens acabam se enveredando pelo alcoolismo e prostituição" completou.

O povo carajá é uma das 23 etnias que ocupam o Parque Nacional do Xingu. A reserva contém tribos primitivas com pouco contato com os brancos e que vivem da caça e da pesca e permanecem quase sempre seminuas e descalças morando em ocas. Segundo ela, o parque nacional do Xingu é um dos santuários do povo indígena que tem ser preservado acima de tudo.

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