Índios presos por homicídio são transferidos para Cuiabá

Já estão num presídio de Cuiabá, os 3 índios da etnia Rikbaktsa presos em Juína (735 Km ao noroeste de Cuiabá) acusados de matar um homem de 54 anos após uma confusão iniciada em um bar. A transferência efetuada na madrugada desta quarta-feira, foi determinada pela juiza Elza Yara Ribeiro Sales, da 3ª Vara de Juína, após um indígena ameçar numa rede de TV local, invadir a delegacia da Polícia Civil e promover um quebra-quebra caso os companheiros não fossem liberados da prisão.

Diante do possível conflito, policiais do 20 BPM juntamente com as polícias Federal e Civil além da Força Nacional e representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai), se reuniram para discutir meios de evitar o confronto. O efetivo policial na cidade chegou a ser reforçado até que a juiza decidisse pela transferência. Os indígenas Jair Candeiro, Mauro e Marcos Rikbaktsa foram encaminhados para a Cadeia Pública local, após a morte do do trabalhador braçal Francisco Alvacir Gomes que foi espancado com pedaços de madeira, taco de sinuca, chutes e ponta pés. A vítima morreu quando passava pelo setor de raio-X do hospital da cidade.

De acordo com o sargento Alexsandro Prudêncio Siqueira, do Comando Regional 8, o representante da Funai na região, Francisco das Chagas Cavalcante, responsável pela etnia Rikbatatsa, tentou amenizar o clima de conflito ao dizer que a informação que circulou pela imprensa não seria a posição da maioria dos indígenas. Aos policiais, ele relatou que em contato com várias etnias teria obtido a informação de que a maioria era a favor que os "índios sejam julgados pela justiça dos brancos".

Cavalcante afirmou ainda que o fato de um pequeno grupo de índios terem falado que iriam invadir a Cadeia Pública isso não significaria que seria a posição da maioria, tornando o caso num fato isolado. Ainda conforme o sargento, a juiza determinou que eles fossem conduzidos para o Centro de Ressocialização da Capital (CRC) o antigo Carumbé. Eles foram transportados ainda na madrugada em uma viatura da PM.

Entenda o caso: Conforme a Polícia Civil, os acusados e outros 2 índios ingeriam bebida alcoólica no Bar Vermelho que fica no centro de Juína, e estavam em companhia de uma mulher, que recebeu ligação telefônica de Francisco. No final houve uma confusão e mesmo armado com uma faca, o trabalhador foi brutalmente espancado pelos indíos e deixado na calçada. Ele foi socorrido mas morreu no hospital.

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