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Índios pegam comida no aterro

Correio do Estado-Campo Grande-MS
Autor: Fábio Dorta
17 de Jan de 2003

O lixão de Dourados, localizado em uma área de 12 hectares, recebe diariamente cerca de 90 toneladas de dejetos. O material é "revirado" por dezenas de pessoas, mas a proximidade com a Aldeia Bororo, com cerca de cinco mil habitantes, faz com que crianças indígenas, acompanhadas de adultos, sejam vistas no local à procura de restos de alimentos. A reserva é a mais pobre da região.
Além de estar com sua capacidade de recebimento de dejetos comprometida, o lixão fica em local praticamente aberto, de fácil acesso a qualquer pessoa, o que facilita, por exemplo, que crianças entrem na área sem qualquer dificuldade, embora os funcionários recebam orientação para evitar esse procedimento.
No ano passado, a reportagem do Correio do Estado flagrou duas vezes crianças indígenas utilizando o lixão para recolher restos de comida. Uma procuradora da Funai de Brasília, que estava em Dourados para fazer relatório sobre a situação de miséria nas aldeias, presenciou e relatou o fato aos superiores.
Atualmente, segundo o superintendente municipal de Serviços Urbanos, Francisco Ogassy Leite da Paz, quatro indígenas - adultos - trabalham como vigias no local para impedir que crianças e adultos entrem no lixão em busca de comida ou qualquer tipo de material.

Aterro sanitário
A Prefeitura de Dourados pretende acabar ainda este ano com o problema do lixão. O Instituto Municipal de Planejamento (Iplan) está concluindo o projeto de criação do aterro sanitário. Segundo o diretor do órgão, Luiz Carlos Ribeiro, uma área de 50 hectares, na região do Distrito Industrial, está sendo desapropriada para que no local seja construído um aterro sanitário.
O projeto está orçado em R$ 1,2 milhão. De acordo com Ribeiro, o objetivo é conseguir os recursos junto ao Governo federal.

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