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Índios pedem construção de banheiro coletivo fora das casas

Folha de S.Paulo-São Paulo-SP
Autor: LUIZ CARLOS MURAUSKAS
23 de Jun de 2002

Parte dos índios da aldeia do Ribeirão Silveira, em São Sebastião (SP), pediu à CDHU que construísse banheiros coletivos fora das casas, em vez dos banheiros internos com os quais os brancos estão acostumados.

Acostumados a utilizar fossas sépticas, eles diziam considerar anti-higiênica a instalação de banheiros dentro de suas casas -uma questão de cultura.

Apresentados aos vasos sanitários que seriam usados em suas novas casas e ao sistema de esgoto, que prevê o tratamento dos dejetos como forma de preservação da mata atlântica, eles aceitaram a construção dos banheiros.

A índia Tchegria, 66, diz que o mau cheiro da aldeia diminuiu após o início da construção das habitações.

"Em toda a minha vida, eu não sonhava em ter uma oca como essa", declarou. Kretju, 29, se disse satisfeita com a nova casa, mas afirmou estar ansiosa para o início do programa de desenvolvimento do artesanato que será implantado em sua aldeia.

Ela diz que hoje precisa viajar de ônibus para vender os produtos que faz. "Vamos construir tendas na aldeia para receber os turistas e vender o artesanato."

A subsistência dos índios é uma preocupação permanente das entidades que coordenam o PMI (Programa de Moradia Indígena).

Na aldeia Vanuíre, em Arco-Íris (a 600 km de SP), os 200 índios das etnias kaingang e krenak vivem da lavoura de amendoim, milho e arroz.

O maior problema deles é a falta de sapé e coqueiros, habitualmente usados nas construções. A CDHU estuda formas para construir casas com esses produtos na região.

Todos os projetos são acompanhados por técnicos da Funai (Fundação Nacional do Índio) e discutidos com representantes das etnias guarani, terena, kaingang, pankararu e krenak

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